sábado, 24 de janeiro de 2009

Para fechar o tema "saudades" (nesta semana)

Tenho saudades de conversas descompromissadas com certos amigos que, às vezes, só às vezes, acabavam me comprometendo…

Saudades especiais de um com quem podia fazer brincadeiras ortográficas, piadas gramaticais… Inventava até pegadinhas léxicas só para deixá-lo com uma pulga atrás da orelha… E sempre funcionava! Saudades de seu humor refinado, de seu charme contido… Até mesmo de suas frases feitas. O mais engraçado – e o que ele não sabe até hoje – é que eu soube (antes) todas as vezes que ele quis me enganar e me diverti com sua infantilidade. Mesmo assim, nunca o odiei por mais de um dia. Seu talento profissional, em especial, inspira minha admiração por ele até hoje.

Outra saudade é de quem me embalava em horas e horas de conversa envolvente. Algumas mentiras, é verdade. Mas irresistíveis. Ele era musical e me apresentou para nomes dos quais jamais me separei. Lembro-me que depois de anos distantes conseguimos nos sintonizar até mesmo numa festa junina, rodeados de gente chata cheirando a quentão… Numa daquelas noites de São João, falamos de música a política em quase duas horas de conversa ininterrupta. Eu usava um longo vestido xadrez e tinha 19 anos. Há quem diga que ele é minha alma gêmea. Eu acredito. Mas jamais passamos de um beijo. E já faz 16 anos que fitei, pela primeira vez, seus pequenos e vivos olhos negros.

A saudade mais intensa, no entanto, é daquele que grudou na minha pele (feito tatuagem). Daquele com quem fiquei, no início, apenas na intenção de desafiar meu pai. Mas com quem trilhei metade da minha existência logo após me revelar apaixonada… Dele recebi as maiores provas de amor, amizade, confiança e cumplicidade. E é com ele que ainda penso em ter a Luiza e o Miguel (ou Lucas, ainda não definimos)...

Sim. É de amor que estou falando. Todas estas saudades são de pessoas amadas. Profundamente amadas por mim. E não me envergonho de falar disso. Amar não está fora de moda, não. O problema é que as pessoas estão cada vez mais envolvidas em futilidades e temem o amor. Só isso.

Eu amo. Por isso mesmo, vira e mexe, sofro. Mas sofro pela naturalidade com que tudo acaba e não por ter vivido tudo o que me propus. Enfim, hoje cortei uma laranja, respirei profundamente, e senti uma falta enorme desses três homens que ficaram em mim, independentemente do tempo e dos dias que seguem.

3 comentários:

Anônimo disse...

Ao ler o seu post, lembrei de um comentário que uma pessoa fez em relação ao meu blog esses dias... Me disse que gostou da sinceridade dos meus textos... Foi exatamente isso que senti ao ler o seu. Acho que muita gente não está acostumada a ler isso, porque a maioria das pessoas escrevem sobre só outras pessoas, criticam ou elogiam atitudes, mas não expõem seus próprios sentimentos. E, quem te conhece pelo menos um pouco, sabe que ao ecrever um texto como este, você não se importou se um alguém vai gostar, se outro não vai ou um terceiro não vai nem lê-lo. Muito bom!

ESA disse...

ai ai ai, filha... juro que quiando vi seu nominho em "novo comentário" imaginei que viria um belo e pertinente "puxão de orelhas"... rsrsrsrs.
bjs e obrigada pela visitinha sempre atenta!

Marcele Luize disse...

Pura emoção...