sábado, 2 de janeiro de 2010

Escolhas

Ufa! Eis que 2010 chegou e hoje já é dia 2 de janeiro. Lembro tão claramente de quando pensava o que eu estaria fazendo da vida em 2010... E lá se foram 20 anos!
/.../ Bem, hoje uma amiga querida me despertou para o texto abaixo com um e-mail curioso de "boa entrada de ano" cujo título era "velório".
Então, resolvi desengavetar as seguintes ideias de bolso:

Sempre odiei esses processos seletivos em que os psicólogos ficam testando os candidatos com questões pouco objetivas. Não que eu já tenha passado por muitos deles, mas acompanhei o sofrimento de diversos amigos. Nas seleções em grupo:

– Qual animal você gostaria de ser?
E depois, é claro, aquela ladainha de ter de explicar a razão da escolha... O pobre do candidato, louco para conseguir um emprego e poder pagar logo as contas atrasadas, começa a exercitar sua capacidade de adivinhar o que o outro quer ouvir...
– Bem, a formiga tem grande capacidade de trabalhar em equipe, senso de organização e apesar de pequena e aparência frágil tem a força centrada na capacidade de planejamento!
Ufa! Depois de raciocinar como os gestores de pessoas, o cara se sente até meio aliviado... O outro escolhe o elefante e trata logo de começar sua explanação criticando a formiga, determinado a mostrar logo de cara que tem senso de competitividade...
Nunca achei esse tipo de seleção eficaz. Aliás, todos os processos seletivos que já acompanhei de perto tiveram como “vencedores” pessoas muito distantes do perfil exigido. Acertar o perfil é quase como ganhar na loteria.

Intuitivamente venho ao longo dos anos desenvolvendo “estratégias” para conhecer melhor as pessoas, sem precisar lançar mãos dessas “papagaiadas” observadas por aí... E, confesso, até mesmo na vida pessoal tenho selecionado amigos com base nessas minhas estratégias. Por exemplo, odeio pessoas muito ambiciosas. Aquelas que passam por cima de qualquer sentimento para obter uma vantagem financeira... Ou aquelas que entre uma flor e um vestido ficam com o vestido. No meu raio-x, nesta escolha o vestido representa a vaidade, o lado material, a predominância do lado racional da pessoa. É claro que isso não me faria excluir essa amiga de minha lista, mas me faria com certeza ficar mais de olho no comportamento dela.
Sei, sei que você pode dizer que não passo de uma romântica boba. Mas nesta escolha, para mim, a flor diz bem mais que romantismo. Ela simboliza o valor que a pessoa atribui ao afeto. Simboliza a preferência pelo espiritual, pelo singelo... E são essas as pessoas que eu quero perto de mim.

Outro exemplo. Dia desses, para testar um amigo que estava me devendo uma resposta, mandei um e-mail bem objetivo. No campo assunto lasquei um “velório”. No corpo da mensagem, escrevi objetivamente:
- Olá, fulano! Preciso saber se você recebeu minha mensagem anterior com local e horário do velório? Abs!

O que eu queria com esta mensagem? Bem, queria saber se com essa isca ele me responderia. Queria saber até que ponto ele se importa com algum assunto sério ligado a mim. Nesse caso, ele respondeu imediatamente. O que me levou a concluir que o assunto anterior ainda estava sendo abstraído por ele, mas diante da gravidade de um “velório”, rapidamente ele se manifestou e fez questão de se mostrar um amigo verdadeiro. Ponto para ele. E para mim, que consegui identificar isso.

Mas isso nem sempre é possível. E às vezes também a isca jogada só demonstra que a pessoa é quem você já temia... Egoísta, observadora de seu umbigo, preocupada com o mundo ao seu redor!

Os signos também são bons conselheiros na hora de avaliarmos o perfil de alguém... Uma amiga super ligada em astrologia é capaz de ficar horas descrevendo um pisciano, um geminiano ou um leonino... E não é que as características batem?! Eu fico boba de ver como há coincidência entre a característica de cada signo com as pessoas nascidas naquele período. É incrível.

Assim, com um recurso criativo aqui, uma discussão bem-humorada sobre signos ali, cruzando os dados com as ações e reações das pessoas avaliadas, é claro, podemos chegar mais perto de um perfil com o qual nos identificamos. Isso vale para o ambiente de trabalho ou para a vida amorosa. O importante é jamais trocar gato por lebre ou passar um tempão achando que o sapo é um príncipe. Ninguém é perfeito. Nem eu quero isso. E talvez até ame um sapo! Mas é legal ter afinidades verdadeiras e não maquiadas. Eu, pelo menos, quero saber direitinho quem são as pessoas com quem lido.

Se é um sujeito orgulhoso, ok. Com isso claro, cabe a mim escolher se quero aceitar esta característica num amigo. Se é ambiciosa, legal. Só preciso ter isso claro para saber até que ponto a amizade vai fluir... O que não dá é ter alguém ao lado que afirma amar filme italiano e comida japonesa, mas que espera eu virar as costas para filar um bifão mal passado com fritas vendo filminho americano!

Pense nisso! E tenha uma ótima semana!

3 comentários:

Anônimo disse...

OK!!!

marcelo disse...

Muito bem dito! Ótimo! Mantenha esse espírito!

ESA disse...

Valeu pela visita e pelo comentário, Marcelo! Abraços!