terça-feira, 23 de março de 2010

Sede de bola


foto: http://futebolnegocio.files.wordpress.com

Estamos a exatos 80 dias da Copa do Mundo na África do Sul. E esse assunto fervilha nos principais noticiários... Quatro anos atrás, os amigos diziam que eu escapei de uma baita encrenca... Na verdade, falavam sobre eu ter me livrado de escrever sobre a Copa numa coluna especial para mulheres no jornal onde trabalhei... Caí fora antes...
Por incrível que pareça para aqueles que me conhecem um pouquinho, daquela vez eu quis comentar o assunto... E já que estamos novamente num ano de Copa, aproveito para me explicar:
Futebol nunca foi o meu forte (na verdade, esportes em geral!). Aliás, na primeira vez em que fui convocada para cobrir um jogo quase tive um colapso. Precisei humildemente explicar ao editor que eu tenho pavor de tumulto - pânico mesmo! -, especialmente aquele que envolve torcidas eufóricas, à beira de um ataque de nervos. Naquela ocasião era Norusca e Corinthians. Imagine! Tem outra coisa que me condena em relação a gostar ou não de futebol: meu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso – e lá se foram 11 anos!) retratou a participação do Brasil em quatro décadas de Copa do Mundo num documentário radiofônico com quatro programas de uma hora de duração... Pode? Não me peçam explicações, por favor.
Mas eu confesso que, apesar de não lembrar de nenhuma escalação famosa e de ter essas neuras com tumulto de torcedores, de quatro em quatro anos eu me rendo ao mundo "verde e amarelo".
Num país em que há carência de tudo, inclusive de consciência política, são partidas de futebol que, como num passe mágico, transformam a nação numa coisa só. Unidos, os brasileiros têm é sede de bola! As mazelas todas, a falta de grana, o desconforto emocional, a angústia por dias melhores... Tudo é guardado no fundo do baú da alma brasileira. E uma alegria pulsante toma conta de todos. Como se no momento dos jogos a gente se transformasse num país de verdade, com P maiúsculo. Pronto e respeitado por algo, enfim.
E se essa competição mundial eleva tanto a auto-estima do nosso povo não serei eu o espírito de porco que vai criticar o comportamento alheio. Se essa é a hora, vamos soltar os bichos e torcer por muitos gols. Quem sabe uma hora dessas a gente se anima a marcar o nosso!

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