quarta-feira, 5 de maio de 2010

O pecado do jornalista


Há semanas não escreve com a alma. Apenas digita com dedos afoitos e pensantes. O resultado disso tem sido similar a um súbito mal-estar. Ela faz jorrar a informação que chega enlatada e depois vivencia um vazio inquietante.
Escrever, diz, é mais. É alinhavar um tecido uniforme, confortável.
Dizem que o jornalista não deve fazer amor com seu texto. Mais um motivo para não se considerar esse jornalista. Não com esse rótulo pintado.
Sim, ela gosta de acariciar o texto; de lamber suas curvas; de subir e descer por suas linhas... Gosta de passar bons minutos sobre uma só frase... Roçando seu significado... E depois faz questão de sentir as palavras, uma a uma, sem pressa. É. Ela faz amor com o texto e ponto. Será pecado?

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