domingo, 16 de agosto de 2009



Carpinejar promete devolver a inspiração em anúncio nos classificados do Zero Hora. Como? Numa oficina de terapia literária. Eu quero! Quero fazer. Quero muito fazer!
Mas, enquanto não vou ao Sul para ter de volta o que suponho um dia ter tido, busco um tema que me encontre. Algo que me tome pelas mãos e me guie, de novo, por linhas leves, linhas tortas, linhas envolventes, capazes de me segurar – e de segurar você!

Penso nas flores. E me lembro que um dia – não tão distante - uma cena inspiradora enquadrava um homem apanhando coloridas espécies de uma ensolarada árvore, em sábado chuvoso. Ele sorria espontaneamente e sua verdade me fazia pensar apenas em guardar aquela foto.

Era o mesmo homem a quem, um dia, eu quis presentear com orquídeas a cada ano de sua vida. Escolhi a orquídea por ser uma flor rara, sofisticada e bela. Claro que é exatamente assim que eu o via: humor sofisticado, lindo e de raras qualidades. Via. Assim mesmo no passado. Não que hoje não o admire. Não é isso. Mas o encanto, tal qual ainda sinto pelas orquídeas, passou. E lamentavelmente não posso mais presenteá-lo com flores. Não tenho esse impulso. E nem sei se a culpa é dele ou minha. Digo isso porque desconfio que ele nunca foi mesmo a orquídea que eu vi. E, claro, neste caso, a culpa só pode ser de meus olhos iludidos.

Mas não é de ilusão que quero falar. Quero apenas registrar e sensação boa de sentirmos isso. Essa vontade de cultuar uma beleza rara. Esse desejo ardente de fazer alguém feliz e de se fazer feliz ao lado de alguém. É isso, afinal, que nos leva a descobrir pessoas ou a redescobri-las até achar (pela primeira vez ou de novo) o brilho que dispara nosso olhar e o encanto que nos faz comprar flores, escrever bilhetes, saltar de paraquedas, enfim, cometer ações inusitadas em nome de um suposto amor. Isso eu também quero! Hoje - e sempre!

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