domingo, 27 de dezembro de 2009

Votos de ano novo


Sete bagos de uva. Pular ondas. Guardar sementes de romã no fundo da carteira. Sem contar as receitas de salada do amor, banho de proteção, chá da sorte, lingeries da virada (branca, rosa, vermelha, amarela...). Vale tudo pela ideia de atrair saúde, sucesso e amor no ano que se inicia. Pelo menos é o que dizem. E como dizem!

Eu, confesso, já segui muitas dessas receitas. Também já fiz listas de desejos e objetivos para o novo ano. Do que valeram, afinal? Olha, se eu fizer um balanço, posso garantir que em nenhum dos últimos anos de minha vida me faltou sorte, amor ou saúde... Não que eu tenha tudo isso junto sempre. Mas pelo menos por alguns meses de todos os anos eu tive um ou outro, às vezes a maioria deles...

A sorte, por exemplo, é uma boa companheira. Eu não sou rica, nem nunca fui. Mas já ganhei muita coisa boa nesta vida - inclusive dinheiro. Encontrei muita gente interessante e tive oportunidades exclusivas, especialmente nas horas difíceis em que me senti só. Comigo sempre valeu aquele ditado de que Deus pode até fechar uma porta, mas sempre abre uma janela.

No amor também não posso reclamar não. Tive bons companheiros. Alguns por mais tempo. Outros passageiros. E me senti amada por todos (ou quase todos). Mas o melhor de tudo é que sempre acabo amiga de meus afetos. O maior e mais presente de meus amigos, aliás, é meu ex-namorido. Há ainda os amores que vão e vem, como as estações do ano. E a cada volta tem um sabor diferente, especial. E, claro, a esperança de que vai durar para sempre!
Também já sofri por amor. E quem nunca sofreu? Mas amei tanto e de forma tão entregue que todos valeram a pena. Mas depois de algumas experiências marcantes fiquei receosa com o amor. Hoje, porém, estou com vontade de “abrir a guarda”. Creio que meu luto já passou. E tenho tido estímulos suficientes para querer viver de novo uma história cheia de entrega e trocas... Será?

Da saúde também não reclamo. Ela nunca me assustou para valer. E para me manter em forma no novo ano vou me concentrar em garantir doses diárias de alegria, vou cortar o açúcar, fazer exercícios e reservar uma noite de amor a cada 48 horas no máximo. Com isso, creio, não será preciso seguir nenhuma outra receita. Só mesmo uma oração. E que venha 2010 e todas as suas surpresas!

sábado, 19 de dezembro de 2009

Para quem não conhece e gosta de Seu Jorge, fica a dica do Blog dele. Acesse!

Por hoje, é só!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Imagem de Stock: Luzes abstratas do disco

Presa pela chuva, sem pendências no dia (ufa), eis que vem a vontade da escrita...

As notícias (em sua maioria tragédias)continuam parecidas. Assaltos, sequestros, golpes relâmpagos... Nas redações, os colegas trabalham sob pressão, sem estrutura para apurar as notícias de forma ideal, sem muita criatividade...
/.../
O padrasto daquele garotinho da Bahia acaba de confessar ter introduzido mais de 40 agulhas no corpo da criança... Isso não é coisa de gente! Nenhum ritual religioso justifica tal crueldade.
/.../
Também estão nas páginas de notícias as luzes de Natal, as festas, os amigos secretos e as receitas de ceia criativa e econômica!
Mas não quero mesmo dar mais opinião sobre nada. De alguma forma, quero apenas estar aqui. Alisar esse fundo branco. Marcar minha presença discretamente... É assim que tenho levado minha vida também. Avançando um pouco. Recuando um tanto.
Por hoje é isso! Boa noite!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Flor lilás ou fios vermelhos?


É difícil ter de forma clara qual a imagem que fazem da gente. No sábado, por exemplo, fui fazer a unha e a manicure (Kiki) já disse de cara:
- Ai, ai... essa cutícula delicada vai me dar trabalho.
E eu:
- Ah, nem tão delicada... ela é fina.
- Ah, com essa sua carinha! Olha só a sua mãozinha. Parece uma boneca!
É. Eu estou acostumada com esse tipo de comentário. E pior, acho que dou razão para essas pessoas me imaginarem um bibelô. Acho que o erro foi de meus pais, que me ensinaram a sorrir para todos. Então, eu me apresento e, especialmente na dúvida sobre o que dizer, logo abro um sorriso. Pronto. Está criada a imagem de que sou uma menina meio boba (porque rio à toa) e delicadíssima (pela aparência frágil).

Não sou. Ao contrário, tenho certo humor cortante, sou intolerante e, ultimamente para não ser grossa, sou muda e desconcentrada. Odeio futebol, detesto a grande maioria das músicas cantadas em inglês e tenho alergia de pessoas que ficam narrando notícias para mim, especialmente as que querem comentar demonstrando conhecimento de causa. Tenho que confessar também que não acho quase nada engraçado, em especial as piadas. Tenho preguiça de mastigar (isso já espalhei para os amigos) e evito salões de beleza por me sentir um peixe fora d’água entre as frequentadoras.

Por fim, não sou assim um jiló. Gosto de algumas coisas. De música popular brasileira, por exemplo. Das clássicas também. Sou contemplativa. Amo observar o pôr do sol. Sou capaz de ficar horas e horas na frente do mar, com olhar perdido. Gosto de deitar na minha rede verde e de ouvir alguém ler um bom livro em voz alta e com boa entonação. Também gosto de falar, escrever e divagar sobre o comportamento humano. E tenho gostado bastante de umas certas “ideias de fronha”, mas isso não é assunto para esse meio aqui...

Mas nenhum de meus gostos (ou desgostos) são aparentes na estampa. E esse desencontro entre o que "mostro" e o que "sou" cria, de certa forma, uma crise de identidade. E o pior é que quanto mais deduzem que me descobriram mais eu me escondo. Isso não sei explicar, ao certo. E quando alguém vem cheio de si, querendo se impor para mim? Aí é que me calo mesmo - até pela infantilidade e prepotência do ato.

Fico pensando o que leva alguém a se armar para enfrentar o outro? A ter reações impulsivas e por vezes agressivas como se quisesse gritar:

- olha eu aqui. Existo e sou melhor que você!

Acho que qualquer um com mais de trinta deveria desprezar isso. É muito estranho perceber que há pessoas que se acham ameaçadas por outras que nem se dão conta da existência alheia...

Eu, por exemplo, sou um caso perdido. Ninguém nesse momento será capaz de me impressionar porque eu simplesmente tenho estado à parte do mundo à minha volta. Hoje, não sou rival nem da outra que mora em mim (e com quem eu, confesso, já briguei muito!). E não é por covardia não, viu. É pela mais pura e latente forma de coragem. Não quero enfrentamentos. Simplesmente isso. Por quê? Porque há uma vida linda lá fora! E nada me fará perder tempo com coisas alheias aos meus desejos mais intrínsecos.

Quero apenas ser eu. Cada vez mais eu. Pura e simplesmente eu. Passando despercebida, às vezes, ou admirada simplesmente pelo o que sou e posso dar. Mesmo que, para isso, eu tenha que aturar eternamente a imagem da menina doce e quietinha, pintada pela Kiki.

Deu para entender? Coisa de gente (madura)!

Certeza

(Fernando Sabino)

De tudo, ficaram três coisas:
A certeza de que estamos sempre começando...
A certeza de que precisamos continuar...
A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar...
Portanto devemos:
Fazer da interrupção um caminho novo...
Da queda um passo de dança...
Do medo, uma escada...
Do sonho, uma ponte...
Da procura, um encontro...

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Cítricas


Imagem: http://www.conteudoanimal.com.br/info/anfibios/anfibios.asp


E se a gente sentasse e chupasse laranja até que o aroma enganasse nossos sentidos e, então, a gente deixasse todas as respostas virem à tona - despretensiosa e genuinamente?

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Foto: by DoisEspressos


Preciso reconhecer que evolui nesses últimos dias. Estou testando sentimentos com novos sabores. Não quero exigir nada do que não possam me dar. (E que exercício difícil). Confesso também que tive recaída. Mas foi coisa pouca.
A meta é não pedir nada. Desejar sim. Mas não pedir. Saborear apenas o que chega até mim. Mais adiante posso até descobrir que essa não é a melhor estratégia para ser feliz. Mas como já segui outras receitas, agora vou apostar nesta. Também não quero alimentar expectativas com relação a nada nem ninguém. Mas quero alguma emoção porque também não sou de ferro e definitivamente não estou procurando uma vida bege! Quero apenas um pouco de paz (também não precisa ser muita) e algum sentimento pulsante e verdadeiro.
Tenho um palpite de que vai sair sol! Ótima semana!