quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Imagem: http://meninalegria.blig.ig.com.br/imagens/apaixonado.jpg

Se é para falar de amor, vamos lá, menino,
acende um cigarro
me serve o vinho
mergulhe no olhar...

Vamos lá, menino,
fale de você
fale deles
conte-me por onde andou.

Se é para falar de amor, vamos lá, menino,
deixe as frases de efeito
se jogue, se entregue
vamos lá, menino...

Se é para falar de amor,
vamos pôr as cartas na mesa
quebrar os copos
sujar o tapete...

Vamos lá, menino,
não precisa me convencer da sua inteligência
nem me encantar com cantos e sopros
muito menos inventar sentimentos.

Eu só quero alguém desarmado
de mãos limpas
e verdades duras...
vamos lá, menino.

Se é para falar de amor,
põe uma música
diz alguns versos
lê pra mim.

Vamos lá, menino,
tire a máscara
solte a gravata
desate os nós...

Se é para falar de amor, vamos lá, menino,
procure meu olhar
enxergue minha alma
extrapole meus desejos.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Sobre garçons, flores, vacas e títulos




Ai que bom que eu criei este espaço. Aqui, afinal, posso publicar as tais anotações feitas originalmente em papel de pão ou em guardanapo de boteco. Se bem que nos últimos anos em vez de escrever nos guardanapos eu faço dobradora em formato de flor. Não me pergunte o porquê. Sei lá. É mania. Quando percebo já estou girando entre os dedos o “caule” daquela florzinha branca... Mas, enfim. Ainda me restaram umas anotaçõezinhas para compartilhar aqui.

Por exemplo, outro dia, num bar mesmo, encanei com o garçom. Na verdade, não com o garçom, mas com garçons. É incrível, mas comigo sempre acontece. Eu aceno e nada. Dou tchauzinho. Aceno mais bruscamente com a mão reta. Nada. Digo um “por favor!”. Não me ouve. Enquanto isso, os garçons vão passando nas outras mesas e anotando os pedidos. Resultado: o meu pedido demora mais de meia hora só para ser registrado. Imagine a proporção da minha raiva. Mas já testei até. Já fui com roupas mais chamativas. Tentei de tudo. Um decote mais ousado. Uma cor mais forte. Um salto barulhento. Mas isso só confirma minha teoria de que sou daqueles seres sociais invisíveis. Como são os engraxates. Os vassourinhas. Os guardadores de carro. Os faxineiros. A diferença é que eu não uso uniforme... E dizem os cientistas que a invisibilidade vem justamente do uniforme. Vai saber, né...

Como o suco que peço sempre demora muito a chegar, dia desses estava pensando... Como seria bom se existisse uma vaca que produzisse suco de laranja. Imagine. Você sai no quintal, dá aquela espreguiçada e se dirige até a vaquinha para fazer a ordenha do suco, que sai fresquinho, espumado e super saboroso. É claro que para diferenciar das outras essa vaca deveria ser de cor laranja. Se fosse champanhe então, como da vaca da foto (crédito: © Al Hayball 2009), tanto melhor! Ai ai... acho que até sonhei com isso!

Bom, agora que já falei bastante besteira, vou estudar. Quem sabe um dia desses descolo um título... Desses que fazem algumas pessoas terem orgulho de se dizer “mestre” ou “doutor”. Embora de verdade, de verdade, eu queira apenas ser especialista em resiliência, mestre em felicidade e doutora em compaixão. Tá registrado!

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Domingo azul estrelado



Azul era a cor do tapete que enfeitou o céu naquelas manhãs de domingo (dias 13, 20 e 27/9). O verde estampa a paisagem do exuberante Jardim Botânico. E as estrelas estavam no palco, no canto dos bambuzais.
Este foi o cenário perfeito habitado por quem esteve no Jardim Botânico de Bauru prestigiando o projeto “Um canto no Botânico”, primorosamente abraçado pelo diretor do jardim, Luiz Carlos de Almeida Neto, pelo secretário da Semma, Valcirlei Gonçalves da Silva, e assistido com entusiasmo pelo prefeito Rodrigo Agostinho. Estive lá nos três dias e pude perceber o envolvimento de todos eles e de suas equipes. No primeiro domingo, Luiz recebia pessoalmente os visitantes (cerca de 50 pessoas, ao todo) com um sorriso largo, cheio de expectativa. No dia 20, para surpresa da plateia (cerca de 130 visitantes), uma mesa com frutas (uva itália, morangos e poncan, doadas pelo CEAGESP) conseguiu deixar o lugar ainda mais aconchegante. E o terceiro e mais iluminado domingo foi mesmo especial. Mais de 400 pessoas puderam conferir a voz doce e tocante da Audren, cantora do Awe Trio. As frutas estavam lá, os sabiás estavam lá, os apreciadores de música estavam lá! O vento fresquinho também deu sua contribuição, misturando-se ao calor do sol e dos humanos que certamente saíram de lá se sentindo mais gente, mais felizes. Eu quero ver esse projeto vivo e espero que empresários e órgãos como a Secretaria da Cultura integrem a ideia e somem esforços para garantir aos bauruenses esse presente verde e musical.

E quer saber mais? Todo aquele clima, o sol, as pessoas que eu vi, a música, o verde intenso... Tudo isso bastou para que minha semana fosse muito mais humorada e leve. Sem contar que terminei a noite de domingo tomando um sorvetinho com gente prá lá de amiga!