sexta-feira, 30 de maio de 2008

Perguntas bobas

Até onde irá a capacidade de perdão de um homem?
Será mesmo que o amor é amoral?
E a esperança? De onde ela vem? Quando ela morre?
De onde vem o comodismo?
Por que, às vezes, o riso só distrai a tristeza?
Quem são as pessoas desconhecidas que nos parecem tão familiares?
Por que um olhar doce supera tantas canalhices?
Como é que podemos amar a mesma pessoa por tantas vezes - e em momentos tão diferentes?
Por que todo mundo quer, em algum momento, discutir a relação?
Como um samba é capaz de transformar o nosso dia?
Quando sonhamos com alguém, esse alguém também sonha com a gente? (rs)

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Solteiro também é gente




Aumenta a cada dia o número de serviços especializados para solteiros. Isso é fato. Mas também é fato que uma mulher solteira que decide se sentar num bar e pedir uma cerveja recebe na mesma hora olhares tortos ou cheios de segunda intenção. Nada de mal até aí, se ela estiver interessada em descolar um gato. O problema é que, muitas vezes, ela só está a fim da cerveja mesmo.
Outra situação constrangedora é chegar num hotel turístico com uma amiga. Sim, elas poderiam ser gays – e daí? O problema é quando são apenas amigas durangas a fim de economizar uma graninha, dividindo o quarto duplo. Vamos combinar que ninguém é obrigado a tolerar olhares preconceituosos sem, ao menos, pagar para ver!
Já viu solteiro chegando num bar sozinho? Logo perguntam:
- Mesa para quantos?
- Ué (olho para os dois lados), você está vendo mais alguém comigo?
Mais uma vez há uma tolerância maior com homens. Mas com mulher é batata!E shopping no fim de semana? Entupido de casais. É uma profusão irritante de mãos dadas para cá, mãos dadas para lá. Sorvetinhos a dois... urgh!
E a agonia dos solteiros não pára por aí. Festa de fim de ano na casa daquele primo precoce. Ele se casou aos 18, tem três filhos e planeja ser avô ainda moço. E convida toda a família para a ceia de Natal. O primo solteiro chega e ouve uníssono: - E a namorada? Não quis trazê-la?
Bom, eles perguntam sobre a namorada porque da última vez o solteiro, cansado dos questionários de sempre, lascou a mentirinha inocente da namorada que está viajando ou mora em outra cidade. Pior que isso é só a falação daquela tia que não se conforma:
- Mas você é tão linda, simpática, inteligente, só falta um marido, não é?!
Nessas horas, manifestar ódio ou indignação é besteira. O melhor dos argumentos é tripudiar sobre os casados:
- Eu hein, não vê como estou esbelta? Olha a fulaninha (e aponta para aquela prima de 30 com cara de 45, cheia de filhos) como está! Eu não! Optei por investir na minha profissão! (e encerra o assunto em alto e bom tom)
Mas, na verdade, não é fácil driblar essas mazelas que acometem os solteiros no dia-a-dia. E por mais acostumados que estejamos, sempre sobra uma raiva, um mau-humor, por conta do comportamento dos adestrados para o casamento.
Para discutir essas questões, eu e outros jornalistas estamos com um projeto, ainda engavetado, que promete ao menos muita diversão... Aliás, os jornalistas estão na lista dos profissionais solteiros. Com eles estão os analistas em informática, médicos e executivos. “Com tanto trabalho, não sobra muito tempo para investir na vida pessoal. Acabo de sair do oitavo casamento”. É o que afirma um alto executivo, que prefere não se identificar. Ele está entre os solteiros que tentam se casar, mas os casamentos não duram muito em razão do perfil individualista que coloca a profissão e as manias à frente do relacionamento.


Em breve: Ovos mexidos! Aguarde novidades.
Eu volto!

terça-feira, 13 de maio de 2008

Vontade



O tema tem sido recorrente para mim. Mas constatei algo novo: eu preciso “estar amando” para me sentir feliz. Não é apenas uma questão de amar o amor, como já falei ao comentar sobre “O amor Líquido”, mas de precisar senti-lo. Tenho cantado freqüentemente aquela canção de Cássia Eller: “Socorro, não estou sentindo nada... Nem medo, nem calor, nem fogo. Não vai dar mais pra chorar, nem pra rir...”. Isso é péssimo. Só me inspiro para a vida quando estou naquela situação constrangedora de ruborizar a face ao ouvir a voz da pessoa amada... Nessas ocasiões trabalho melhor, sinto que me organizo com mais facilidade e tenho muito mais fé na vida. Duro mesmo é estar como estou hoje. De coração mole, mas solitário. Em fases como esta faço algo horrível e só racionalizado agora: invento amores. E faço de tudo para acreditar neles. Para sentir o tal amor... Então, sou capaz de enviar mensagens apaixonadas, de me declarar para pessoas vis... Mas, ó, não é nada com elas. É comigo. É só um jeito de apaziguar meu coração, de enganar minha saudade... Saudade de amar de verdade.
Sim. Pode dizer. Isso é ridículo. Mas, fazer o quê? Foi o jeito que encontrei para continuar inspirada, mesmo sem ter um objeto inspirador a mexer comigo...

quarta-feira, 7 de maio de 2008

AMORES




Descrição 1
Sinto que hoje começo a escrever as primeiras – e verdadeiras – linhas de minha história. Ele é jovem. Tem 25 anos. Estatura mediana. Pele clara. Lábios rosados e mornos. Cheira muito bem. Uma mistura de ervas e frutas. Seu abdômen é rígido e a pele macia. Sua respiração é suave e ao mesmo tempo excitante, assim como suas mãos. O nome é de anjo. E, a partir de hoje, através de seus pequenos olhos, vejo outro mundo que estava em mim pronto para fluir.
.........................................................................

Descrição 2
Seus olhos chamaram minha atenção de cara. Negros e vivos, penetraram em mim com determinação, mistério e encanto. Sua voz me invadiu e logo me despertou para um eu profundo e irrefutável. Jamais fui a mesma. De seus lábios saíram palavras-flechas. Em seu corpo musculoso e moreno meus olhos se deleitavam... Foi assim por anos. Quando ele dobrava a esquina, rumo ao colégio, meu coração virava um tamborim.

........................................................................

Descrição 3
Com ele não foi amor à primeira vista. Muito pelo contrário. Eu tinha verdadeira implicância com aquele metido a conquistador. Cheio de charme, circulava pelo bairro com um macacão Levi’s. Era atraente, mas arrogante. Namorador e repleto de atitudes familiares... Resisti. Resisti às evidências de seu caráter irretocável. Resisti ao ar viril. Às mãos definidas, fortes, cheias de desejo. Foi assim até o primeiro beijo. Até sentir sua respiração. Depois, tudo se perdeu.