segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Pelo ralo



Enfim, mais um ano se vai...
Da última vez que escrevi aos amigos, com votos de um novo ano feliz, falei da necessidade premente de perdermos algumas coisas para ter espaço para outras... E isso, ao menos, consegui cumprir.
Perdi peso, sentimentos e pessoas. Doeu um pouco, é verdade. Mas no balanço final foi extremamente positivo.
Por que? Porque hoje consigo perceber que eu não precisava de nada do que perdi . Era tudo gordura. Essa, aliás, foi uma lição que aprendi quando trabalhei no Jornal Bom Dia: há sempre o que cortar!
Assim como nos textos, na vida da gente há excessos que podem – e devem - ser dispensados. Só precisamos ter olho clínico para separar o que de fato é essencial.
Por tudo isso, renovo meus votos para que, em 2009, você tenha muitas perdas e possa valorizar o que realmente lhe importa!

P.S. E que possamos estar juntos para dividir perdas e danos com uma boa cerva, porque “também sem uma cachaça ninguém segura esse rojão!”

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

imagem: http://www.sxc.hu
Hoje o Papai Noel esteve aqui no Centrinho-USP. Fez a felicidade de centenas de crianças, entregando brinquedos fofinhos.
Uma das crianças, porém, chamou muito a atenção. E, tenho certeza, tocou fundo muita gente. Nem o Papai Noel, do alto de sua experiência - inclusive em ações de saúde pública nos bolsões do Brasil, como cirurgião-dentista -, estava preparado para ver tal cena...
Na cabeça só passavam comparações bobas e inevitáveis...

[Sofremos quando nossos olhos ardem, pela poluição... Pela luz excessiva da tela do computador... Mas ela não tem olho.
Sofremos pela espinha no rosto, pela boca rachada pelo frio ou pelo calor... Ela não tem esse problema... No lugar do rosto, há muitas fendas... O corpo é desproporcional à cabeça. Meu Deus...]

A mãe dessa criança trazia no rosto um sorriso desconcertante. Nenhum desespero. Pelo contrário, seu olhar doce tentava acalmar quem observava a cena, estarrecido. Fiquei pensando se isso é mesmo uma missão... Será que Deus escolhe as pessoas certas quando envia pra cá crianças com tantas necessidades especiais?
Sei apenas que aquela mulher é serena. E certamente está pronta para enfrentar com essa criança - a Vitória - todos os obstáculos que surgirem ao longo dessa caminhada.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Emp(o)tecida (haja potes!)

Como previsto ele não leu. Ele nunca lê. Não sei se isso me alivia ou se, ao contrário, aflora ainda mais os meus nervos. Aliás, quero registrar aqui meus pedidos de Natal. E ressalto: peço tudo em potes de, no mínimo, 500 gramas.
- 1 pote de tolerância para receber respostas do tipo “mas entendo que essa informação não é importante” (entende é? E do que mais você entende? Fez curso de Jornalismo?)
- amor puro e ingênuo pela existência humana (desse quero uns dois potes bem servidos! Quem sabe assim consigo compreender essas pessoas que se levantam pela manhã cumprimentando os bichos, abraçando as árvores e vibrando pelo fato de respirarem...)
- bom humor genuíno (para tolerar os bem-humorados de fachada, daqueles que ficam dando risinhos o tempo todo, contando piadas e reafirmando: ‘odeio gente mau-humorada!’. Desse também preciso de vários potes!)
- resignação (para entender de uma vez por todas que tenho uma missão a cumprir e não adianta querer dividir isso com ninguém, até porque ninguém vai entender o tamanho dessa missão. Como essa foi a minha palavra do ano, creio que um potinho será suficiente... Estou aprendendo...)
- concentração (será que pode ser uns 5 quilos? É que disso eu preciso muuuuiiito. Especialmente para ouvir até o fim explicações chatas e burocráticas de gente que se acha o tempo todo e também para entender normativas e regimentos de serviços públicos e de bancos... Principalmente de bancos!)
- (para crer que toda pessoa pode mesmo se recuperar e se tornar melhor ela e para os outros!)

Bom, vou pensar em outros ingredientes e termino esse texto nas próximas horas! Até mais!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

AVE







Não sei se é perseguição ou se isso já aconteceu com você. O fato é que recebo com certa freqüência e-mails datados de 1969. Hoje, precisamente, recebi uma mensagem de 31 de dezembro de 1969. Ou seja: pleno réveillon daqueles anos doidos, de muito rock e muita porrada! O mais interessante é que no corpo do e-mail a data era outra. Pula do passado longínquo para um futuro em que nem meus filhos estarão aqui para contar história, se é que terei filhos: 2139. Neste caso, 8 de janeiro de 2139.

Bem, fiquei curiosa ao menos para saber qual o assunto do e-mail: AVE. Assim mesmo, tudo em caixa alta.

Pensei: - Afe! Mas, pensando melhor, AVE pode ser Associação dos Viciados em Empilhar, como ilustra um blog (http://cyahappiness.blogspot.com) desse mundinho virtual cheio de pegadinhas como esta. Mas o que eles iriam querer comigo? Eu juro que não gosto de empilhar nada... Bem, apenas alguns papéis e jornais... Mais nada. Juro!

Talvez seja a Associação Vida Especial (AVE) – entidade filantrópica criada em 2007, no Rio de Janeiro, para integrar as pessoas com deficiência. Seria um sinal?

Para o CPD de onde trabalho, alguém forjou o tal e-mail de 1969 ou para capturar meu endereço e depois enviar divulgações de Viagra, Ciallis e etc. ou para me mandar um vírus! Claro que eu sabia, desde o início, que era algo do gênero. Por mais desligada e pirada que eu seja, não pensaria que alguém que ainda vive em 1969 resolvera me mandar uma mensagem por um meio que nem existe em seu tempo! (risos) Mas, mas, mas...

Eu tinha que arrumar um assunto para escrever aqui de novo. E hoje me caiu esse. Sem contar que tive um sonho estranho. E somando o selinho que recebi de um ex-pra-lá-de-suspeito (no sonho) com essa “correspondência” atrasada penso que devo fazer um terno de grupo: porco, coelho e leão! Ótima semana!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008


Hoje tive vontade de falar de amor. Do amor que pulsa quando simplesmente ouvimos a voz de quem nos traz conforto. Da pessoa amiga. Daquela pessoa para quem ligaríamos se ganhassemos na mega-sena ou se tivessemos uma grande decepção. Aquela capaz até de nos carregar bêbados, se necessário... Literalmente aquela pessoa com quem gostaríamos de estar na alegria ou na tristeza...
Mas por que será que nos demoramos tanto a perceber isso? Por que será?
É preciso sangrar primeiro. É preciso afogar mágoas. Ou engolir choro. É preciso trair, às vezes. Cair, às vezes. É preciso nos sentir completamente sós, mesmo tendo “mil pessoas ao lado”.
Para sentir de novo o amor, temos de perceber que não é de um “príncipe encantado” que precisamos... Eu, pelo menos, penso cada vez mais numa pessoa comum. Alguém sem amarras, sem empáfia, sem respostas prontas.
Importante é perceber que esta pessoa pode estar o tempo todo ao seu lado. Pode ser o moço do café. Ou o cara sentado à mesa de bar. Pode ser o vendedor de livros. Ou o malabarista do circo... Sabe aquele domingo à tarde, de preguiça anunciada e sol escaldante? Pois é, provavelmente seu grande amor seja exatamente o dono daquela mensagem banal, comum, que chegou para você. Mas você estava tão ocupado tentando materializar a pessoa ideal que não teve tempo de reparar...
Ótima semana!