(imagem: wordpress)
Mulher de 30 anos, olhos e cabelos castanhos, do tipo falsa-magra, 1,60m, solteira, sem filhos, com curso superior completo, carreira estável, sonhadora e idealista, com corte e costura concluído, de poucas mas profundas especialidades domésticas (como o preparo de um bom chá, de uma lasanha saborosa e uma massagem relaxante) e com boa bagagem cultural, algumas respostas sobre os relacionamentos humanos e muitas dúvidas sobre a vida, procura um namorado.
Atenção: a procura é por um namorado, nem noivo nem marido nem namorido, apenas um bom e simples namorado. Ficam, desde já, completamente descartados todos os tipos malas e tarjas-pretas (confira no questionário abaixo se você é um perfil excluído).
Somam-se às qualificações da mulher em questão, um talento natural para ser livre e independente (aos 10 anos de idade já fazia viagens intermunicipais sozinha e com jeito adulta), senso de humor refinado e enorme capacidade de compreender e respeitar as diferenças alheias. De sorriso largo, ela gosta de tardes frias e noites estreladas. Também é amante das palavras, das artes e das chamadas boas coisas da vida (amigos, viagens, sexo, música, gastronomia, vinhos e situações aconchegantes).
Sim, quando o namorado quer ver futebol ou jogar basquete ela fica feliz e satisfeita por ter um tempo livre só para ela.
Sim, ela respeita a privacidade do namorado: nunca mexe em seu celular, só se ele pedir para ela atender uma ligação, por exemplo, e ainda assim com relutância; ela não revira seus bolsos e se sentir um perfume diferente na roupa dele simplesmente vai romper o namoro sem crises ou pedidos de explicação.
Sim, ela acha normal que o namorado tenha amigos e amigas e até saia com eles sem ela por perto. Ela considera isso salutar para a relação a dois. Ela também não faz questão de exibir o namorado a ninguém, mas também não se importa de expressar seu sentimento em público, com beijos e carinhos. O que ela gosta mesmo é que tudo seja natural e espontâneo.
Ela prefere não conhecer a família dele para evitar aqueles almoços pedantes aos domingos, mas se isso for necessário ela evitará muita intimidade e jamais perguntará à “sogra” sobre as ex dele.
De verdade, ela não espera por flores, jantares, presentes caros ou surpresinhas em datas especiais. O que ela deseja é um homem sincero e de atitude, capaz de lhe dar uma gérbera em plena quarta-feira chuvosa. Tomar sorvete num fim de tarde qualquer ao lado dele e, quem sabe, dormir juntinho numa segunda à tarde, se for possível matar o dia, também são cenas bem-vindas pela moça!
E, para ela, sinceridade é, sim, dizer até mesmo: - Meu bem, hoje tô fulo e só queria tomar uma no bar do Marcão. A gente se vê amanhã!
Ela jamais se ofenderia com tamanha sinceridade, mesmo sabendo que estar no bar do Marcão implica também em ver a Bruninha passando pela calçada. E daí? Ela é segura. É uma mulher de 30!
Por fim, não serão aceitos candidatos do sexo feminino. Se ainda existir homem que se interesse por uma mulher assim, mande seu recado e contato para o e-mail: 30mulher@gmail.com
Requisitos indispensáveis: sinceridade, fidelidade, atitude, leveza, disponibilidade para amar e ser amado, ser bom amante (e isso aqui quer dizer: ter conhecimento profundo da arte das preliminares e generosidade para compartilhar prazer) e ter um certo olhar misterioso.
Requisitos desejáveis: inteligência, criatividade, vigor físico, espírito aventureiro e desbravador, formação superior em alguma área de Humanas, afinidade com a língua portuguesa, solidariedade e alguma beleza plástica.
Questionário de identificação de perfis tarjas-pretas ou malas:
1. Você tem cara e age como um gentleman? S ( ) N ( )
2. Você tem dificuldade de falar sobre relacionamentos anteriores? S ( ) N ( )
3. Você é radical em seus conceitos? S( ) N( )
4. Você liga para a namorada sempre que não sabe onde ela está? S( ) N( )
5. Você manda e gosta de receber SMS a qualquer hora do dia? S( ) N( )
6. Suas roupas são organizadas segundo critérios como cor ou estilo? S( ) N( )
7. Você tem alguma frase padrão que repete para as pessoas ou algum perfil fake em redes sociais? S( ) N( )
8. Você usa meia ou pijama para dormir? S( ) N( )
9. Você dá apelidos às suas namoradas, como gatinha, vida ou doçura? S( ) N( )
10. Você percebe se suas ideias mudam muito entre a manhã e a noite? S( ) N( )
11. Você prefere não manter amizade com suas ex namoradas? S( ) N( )
12. Você adora usar gravata? S( ) N( )
13. É fã de alguma banda inglesa ou gosta de cantar em inglês? S( ) N( )
Se você obtiver mais de 6 “sim” é um perfil excluído do anúncio.
sexta-feira, 23 de abril de 2010
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Finais possíveis
Um dia listei no meu blog antigo algumas cenas que ainda considero como finais felizes:
1. Comer algodão doce numa tarde chuvosa, sentada num banquinho diante de pétalas rosadas que perfumam o jardim. E esperar que alguém grite nosso nome no portão.
2. Numa terça-feira qualquer, tomando um café quentinho, ouvir, observar e ter a certeza de que aquele ser estranho e pouco articulado nos ama e isso já nos é suficiente.
3. Numa praia deserta de céu azul límpido e mar reluzente, entender que somos mesmo únicos e ninguém, ninguém mesmo, vai preencher totalmente nossas lacunas existenciais! Mas, abrindo uma latinha de cerveja, concluir que é possível viver momentos bárbaros ao lado dos seres comuns (como nós) que se aproximam por despretensiosa afinidade e são capazes de nos proporcionar prazeroso almoço embaixo de uma copaíba. E, às vezes, isso pode ser sinal de amor.
1. Comer algodão doce numa tarde chuvosa, sentada num banquinho diante de pétalas rosadas que perfumam o jardim. E esperar que alguém grite nosso nome no portão.
2. Numa terça-feira qualquer, tomando um café quentinho, ouvir, observar e ter a certeza de que aquele ser estranho e pouco articulado nos ama e isso já nos é suficiente.
3. Numa praia deserta de céu azul límpido e mar reluzente, entender que somos mesmo únicos e ninguém, ninguém mesmo, vai preencher totalmente nossas lacunas existenciais! Mas, abrindo uma latinha de cerveja, concluir que é possível viver momentos bárbaros ao lado dos seres comuns (como nós) que se aproximam por despretensiosa afinidade e são capazes de nos proporcionar prazeroso almoço embaixo de uma copaíba. E, às vezes, isso pode ser sinal de amor.
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