quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Sobre Importância Pessoal

Enquanto durou, o Carnaval de 2018 me proporcionou um exercício incrível... Algo do tipo "Como perder a importância pessoal em X passos". Seguem algumas conclusões:

1. Vivêncie o ambiente hospitalar do lado oposto do balcão de informações.

As regras, protocolos e discursos e práticas de poder (e aqui uso o termo com base nas relações de poder de Foucault) aplicados dentro de um hospital incomodam e angustiam quem trabalha nesses ambientes. Do administrativo à assistência, em algum momento, todos se questionam sobre o sistema em que estão inseridos.
Porém, na condição de cuidador, as percepções se acentuam. E, de fato, essa condição cria uma inigualável oportunidade para a perda da importância pessoal. Mas, para isso, é preciso estar aberto para observar e sentir cada detalhe do caminho (como devemos fazer em relação a tudo na nossa vida). Isso exige se despir das nossas certezas e perceber a fragilidade humana - nua e crua. Quem não entende isso entra em embates e discussões sem fim na tentativa de receber tratamento especial, por acreditar que é especial. Com tal raciocínio a cegueira prevalece e impede o entendimento perceptivo da real situação: à certa altura da vida nossa autonomia é limitada e não temos controle de nada.

2. Tenha em mente que nem nome você tem: o trinta

A forma mais rápida para se perder a própria identidade é ingressar como paciente em uma instituição de saúde. Eles até tentam lhe chamar pelo nome mas aí surgem homônimos e a forma mais segura de lhe garantir o tratamento certo (procedimentos, medicações, dieta etc.) é fazer com que um número prevaleça ao seu nome. Foi assim que meu pai se transformou no 30.
- Já veio a dieta do 30?
- Deram banho no 30?
- Tem algo prescrito pra dor do 30?
Você passa uma vida inteira preservando o seu nome. Se esforça para mante-lo no cadastro positivo do Serasa. Alimenta apelidos respeitosos e carregados de carinho: Luizão para os admiradores. Luizico para os avós. Magrao para os amigos da sinuca. Tem gente que até cria nomes profissionais. Os chamados pseudônimos. Ja vi Manoel da Silva se tornar Mansil. Era mais audivel e bonito para um repórter de tevê. O fato é que todo mundo está sujeito a se tornar o 30. Todo mundo está sujeito a classificações limitantes que substituem nossos nomes por números, siglas, senhas. Não me refiro apenas a instituições de saúde mas a todo o sistema burocrático a que estamos submetidos no Brasil e em tantos outros países. Esses códigos também podem nos colocar em situações Vips mas no fim ainda seremos sequências alfanuméricas. Na queda de um avião primeira ou terceira classe você será identificado pelo código da poltrona.
Depois de uma vida inteira acumulando o desejo de a partir do nome e sobrenome ter boa reputação, ter dignidade, ter respeito e quiçá privilégios você será reduzido a isso. E com sorte e um pouco de boa vontade a fralda do 30 será trocada antes de causar assaduras. Mas, sabe, à certa altura da vida, uma assadura é o que menos importa.

3. Sim, nós já morremos

No momento que teve limitações de seus movimentos em virtude de um avc isquemico meu pai morreu um pouco. Morreu o homem independente e com autonomia. Morreu a figura altiva. Morreu aquele que dava a última palavra. Para a familia nascia o pai, o tio, o irmao, fragilizado, necessitado de ajuda. E quanto esforço para fazê-lo acreditar que era ele quem ainda dava as cartas. Quanto esforço para respeitar a autonomia que de fato já não havia. Para o hospital, nascia então um homem sem história. Sem profissão, sem senões. Ali você é o avecezado, o "ca estágio 4"... Aquele que precisa de suporte respiratório, que precisa de ajuda para virar-se na cama. Não importa se está no Einsten ou numa Santa Casa qualquer. O atendimento pode até vir maquiado de humanização (conheço instituições de saúde que usa o substantivo limitante "paizinho e mãezinha" para todos que ali chegam), mas a verdade é que ninguém ali está interessado na sua história de vida...No tecido social que você construiu ao longo da trajetória percorrida.
O sujeito que você é já está morto. E cada situação cotidiana lhe comprova isso. Em cada cena, em cada papel de ator social, alguma parte de você já está morta. Só viveremos mesmo numa compreensão maior, à revelia de toda a ilusão criada aqui.

4. Saiba: o seu corpo será sequestrado

Seja lá quem você for, em algum momento seu corpo será sequestrado de você, da sua família, das pessoas que você ama. Se você estiver numa instituição de saúde, internado como paciente, o sequestro já começará ali. E, bem, a partir dali, ele será remexido e manipulado da maneira que for conveniente para o outro. E o "outro" parece não saber que no próximo Carnaval pode ser ele a estar ali.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

A menina de verde, a pretinha e os cílios postiços

É estranho, mas devo admitir que sempre tive uma queda pelo lúdico, pela fantasia, pela ilusão... Gosto sempre mais da ideia da coisa do que da coisa em si. Explico: gosto mais da personagem do que da pessoa de carne e osso. Gosto mais da ideia do amor do que do amor personificado com todas as suas intempestivas exigências. Provavelmente é por isso que a menina de verde, a cachorra de apelido pretinha e aqueles lindos cílios postiços moram ainda no meu imaginário... Porque eles não são muito reais. Só um pouco.
Ela até existe. Mas a ideia de vê-la sempre de verde, caminhando por aquelas ruelas charmosas, atendendo aos clientes no balcão daquela pizzaria de ilha é bem mais fantasiosa do que real. Ela é uma caiçara inexperiente. Mas naquele momento-instante é a menina dos olhos dos garotões que passam pela praia. Ela é a garota que eles vão encontrar lá todas as vezes que decidirem acampar naquele paraíso. Ela é a menina que não sai da ilha. A menina que realizou o sonho de muitos turistas: ela mora lá. E, para incrementar a personagem, é tímida de ar misterioso. Basta se aventurar a conversar com ela, no entanto, para notar que não há mistério ali. É uma jovem de pouca estrada, que trabalha para ajudar os pais a sobreviverem num local que depende do turismo e, especialmente, da alta temporada. É tudo isso e só. 
A pretinha é outra. Linda, charmosa e querida porque está apenas na praia, passeando... Ah, se ela estivesse nas ruas da esquizofrenia urbana, dependente da sensibilidade alheia, na invisibilidade social... Talvez estivesse num canto coberta de hospedeiros ou quem sabe fizesse parte das estatísticas dos cães recolhidos por ONGs... Em qualquer dessas situações, adeus encanto. Mas ali não é assim. Naquela ilha, ela demonstra seu talento ao nadar. Vive rodeada de amigos e vai longe em busca dos gravetos jogados pelos bonitões com sede de diversão... Ali, ela é uma encantadora cadelinha - e ponto.
Bem, chegou a hora mais fatal. Aqueles cílios são capazes de hipnotizar sonhadoras à beira do abismo. Mas, atenção, são postiços. Poderiam estar em qualquer olhar. Talvez nem existam daquela forma. Foram vistos com tal beleza por frestas de janelas d'alma. Foram ampliados pelo desejo de que existissem... Você entende? 
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quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Eu escrevo cartas...

Às vezes, sabe, eu escrevo cartas. E em muitas ocasiões essas mensagens não são destinadas a pessoas que eu conheço. Mas, como dizem, tento tirar das profundezas de minha alma uma expressão, uma palavra, um ponto que seja capaz de tocar o coração de quem lê. E consigo convencer o destinatário de que sou o remetente que ele pensa. Não se trata de falsificação. Seria incapaz disso. Mas é que de vez em quando sou convidada a falar na voz de alguém. As pessoas alegam que não conseguem se expressar. “Passar o que sentem”. Então, apelam para mim. E eu faço esse trabalho com dedicação e carinho. Escrevo cartas, discursos, bilhetes mais íntimos, cartões de presente, de aniversário, de condolências... Também me sobram temas bem específicos para artigos e editoriais. É divertido até. De fato quando releio alguma dessas escritas não me identifico. Não parece mesmo algo escrito por mim.

Confesso, porém, que fica em mim uma pequenina contrariedade. Algo que incomoda um pouco... É que sei bem dar voz aos outros. Mas quando é comigo parece haver uma incompatibilidade qualquer que desvia a atenção de meus destinatários reais. É como se as palavras minhas, minhas mesmo, vindas dessa confusão complexa que sou eu, não fossem capazes de tocar meu interlocutor. Por mais que eu me esforce, parece que não sei me fazer entender. Ou que não sou levada a sério.

Já ouvi de pessoas queridas que sou formal em meus textos. Será? Eu discordo... As pessoas estranham o fato de eu escrever frases inteiras. Estranham quando tento em palavras expressar um não-sei-quê e uso verbos, pronomes, adjetivos substantivados e pontos finais. Querem o quê? Que eu diga “own e aeee? Vamo saiii?”. Desculpe. Não consigo. Nunca fui violenta. Por que, então, espancaria tanto a nossa língua? Não, não. Tenho dificuldades até em agredir uma formiga. Sou incapaz. Valeu?

Com isso, não quero que pensem, por exemplo, que sou desses puristas. Radicais. Não sou. Defendo os regionalismos. E adooooro os "mensageiros digitais" e essa linguagem peculiar. Só acho que isso tem limites. As pessoas precisam se provar. Precisam mergulhar mais nos textos, nas fórmulas, nas técnicas. É preciso dizer de forma diferente todo o igual que corta nossos dias. Isso é bom. Isso nos faz crescer. E mesmo que no fundo não nos façamos compreender, o simples ato de se doar ao exercício já nos dá asas!

Um beijo e até a próxima! 😎🍃

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Plano B

Passei uma segunda-feira diferente. De folga, acordei tarde, li as revistas que não consegui ler no fim de semana, deixei meu quarto cheirosinho e peguei a sessão das 15h15 no Cine Fun. Fui ver um desses "água com açúcar" chamado Plano B. Na História, Jennifer Lopez na pele de Zoe cansada de procurar o homem ideal decide fazer uma inseminação para ter o sonhado filho. Mas como nenhum plano é perfeito, ela - que já não tinha esperança de encontrar alguém - dá de cara com o amor da vida logo após sair da clínica. Stan (o charmoso Alex O’Loughlin), então, apresenta-se como um candidato a altura de suas expectativas... Daí por diante uma série de confusões acontece em torno dos temas paternidade, família e casamento. Eu confesso que ri muito com as trapalhadas do casal e também me emocionei com cenas bobas de demonstração de amor.
Por fim, sigo firme no propósito do projeto Felicidade. Curti o filme sozinha, tomando H2 limão e comendo doritos de pimenta. Depois do filme, um aconchegante capuccino. Amanhã retomo a rotina de trabalho! E uma coisa é certa: cineminha segunda à tarde é tudo de bom! Quero mais!

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Refrescantes

Uma palavra refrescante? Riacho. Outra verde? Azeitona. Agora uma mais excitante? Lábio. Beijo. Pele molhada. Bom, e uma palavra leve? Pena?! Ah, com palavras a brincadeira é fácil...
Mas e com sons? Pense num som refrescante... Talvez da cachoeira... Ou quem sabe de folhas mexendo com o vento... E uma cor refrescante? Verdinho? Branco? Penso agora em como tornar meus pensamentos leves e refrescantes... Um jeito de esfriar a preocupação, os compromissos e os comprometimentos.
Bom, o que posso dizer é que aqui é um bom lugar. O Blog traz esse frescor. Por si só é descomplicado, descomprometido. Não há contratos. Nem legais nem emocionais. Passa por aqui quem quer. Fica quem pode. E por enquanto eu tô podendo ficar, ao menos comigo!
Volto em breve! Beijinhos e ótima semana!

terça-feira, 29 de junho de 2010

Projeto Felicidade

Gente, sei que estou em débito... Devendo textinhos para os olhares interessados que passam por aqui... É que andei enfastiada. Aventurando-me em algumas tentativas inúteis de me fazer entender por outros meios de expressão. Trocando em miúdos: andei batendo a cabeça por aí. E sem vontade de compartilhar os resultados. Mas hoje voltei. Voltei porque tomei uma decisão. Talvez a mais acertada dos últimos tempos. Hoje tracei o projeto Felicidade. O meu projeto Felicidade. A partir de hoje vou apertar a tecla FODA-SE toda vez que um metido a besta atravessar o meu caminho com a intenção de me perturbar. Não vou perder tempo ensinando nada a ninguém, até porque eu mal sei para mim. Então, se alguém bancar o idota perto de mim, vou dizer um simples "sinto muito" e dar as costas. Vou repetir os chavões "vai ver se eu tô na esquina" ou "fala aqui com a minha mão, vai". Você pode pensar que vou me tornar insensível. Não, não. Longe de mim. Mas guardarei toda a sensibilidade que Deus me deu para usar com as pessoas inteiras que fizerem parte da minha vida. Aliás, só farão parte da minha vida as pessoas que eu escolher estar por perto. Sim. Eu tenho critérios para isso. Não tenho inteligência emocional à toa. O fato é que preciso começar a pôr em prática tais sabedorias.  Então é isso. A partir de hoje, investirei todas as minhas ações no projeto Felicidade. Isso inclui reformatar essa memória aqui. Recuperar laços que havia rasgado por puro medo. E, para começar, fazer as malas. Na volta, vou começar a fazer meu ninho. E prometo: não perderei mais um segundo com tolices. Tá bom pra vocês? Voltarei muito mais vezes para postar o que ando fazendo para que esse projeto seja um sucesso! Beijos!

O velho novo

O novo atrai, não é? O sabor do novo revigora. Traz olhos vibrantes. Pele arrepiada... É estimulante, sem dúvida. Mas um medo me acometeu hoje. Percebo que tenho me viciado na ideia do “novo fantástico” e de tempos em tempos preciso jogar pela janela todas as velhas conquistas. Todas as velhas e confortáveis almofadas macias. É como se o velho sapato confortável nunca mais pudesse me satisfazer... E isso assusta. Não assusta? Essa inquietude, essa busca incansável pela novidade, me tira o chão e toda a possibilidade de construir uma vida feliz. Com esse raciocínio e com essa postura nada na minha vida chega a ser velho. Parece até uma auto-sabotagem. Quando tudo parece estável e conhecido, um bicho carpinteiro me cutuca... E meus olhos vão de 180 a 180 graus em busca do desconhecido. O tal que faz disparar a adrenalina e traz de novo a sensação de recomeço sempre agregada ao pulsar da vida. Mas, hoje, isso me parece uma ilusão. Ando pelas mesmas ruas, dobro as mesmas esquinas, diariamente, com o desejo de trilhar uma estrada jamais percorrida. Mas então não estou estacionada? O sol sob a calçada não é o mesmo, mas minha busca o é.

Estranho muito aqueles que batem no peito se dizendo livres e revolucionários, mas que semana a semana se abrigam no cômodo quarto decorado, como um gato de armazém. O que realmente faz a diferença? Desejar ser diferente da massa ou tomar simplesmente o próximo ônibus?

Toda a questão, afinal, está no desafio de fazer do dia seguinte, da velha e conhecida segunda-feira, um dia especialmente novo? Seria isso possível? Ou essa é outra ideia cômoda para nos dar a impressão de “andar para frente”? Como é possível dirigir os olhos já cansados de ver o mesmo com uma energia diferente, curiosa e cheia de boa-vontade para enxergar o outro? Talvez se nossa memória fosse mesmo reformatada... E ainda assim, em algum ponto tudo recomeçaria...

quarta-feira, 5 de maio de 2010

O pecado do jornalista


Há semanas não escreve com a alma. Apenas digita com dedos afoitos e pensantes. O resultado disso tem sido similar a um súbito mal-estar. Ela faz jorrar a informação que chega enlatada e depois vivencia um vazio inquietante.
Escrever, diz, é mais. É alinhavar um tecido uniforme, confortável.
Dizem que o jornalista não deve fazer amor com seu texto. Mais um motivo para não se considerar esse jornalista. Não com esse rótulo pintado.
Sim, ela gosta de acariciar o texto; de lamber suas curvas; de subir e descer por suas linhas... Gosta de passar bons minutos sobre uma só frase... Roçando seu significado... E depois faz questão de sentir as palavras, uma a uma, sem pressa. É. Ela faz amor com o texto e ponto. Será pecado?

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Mulher procura:

(imagem: wordpress)

Mulher de 30 anos, olhos e cabelos castanhos, do tipo falsa-magra, 1,60m, solteira, sem filhos, com curso superior completo, carreira estável, sonhadora e idealista, com corte e costura concluído, de poucas mas profundas especialidades domésticas (como o preparo de um bom chá, de uma lasanha saborosa e uma massagem relaxante) e com boa bagagem cultural, algumas respostas sobre os relacionamentos humanos e muitas dúvidas sobre a vida, procura um namorado.

Atenção: a procura é por um namorado, nem noivo nem marido nem namorido, apenas um bom e simples namorado. Ficam, desde já, completamente descartados todos os tipos malas e tarjas-pretas (confira no questionário abaixo se você é um perfil excluído).

Somam-se às qualificações da mulher em questão, um talento natural para ser livre e independente (aos 10 anos de idade já fazia viagens intermunicipais sozinha e com jeito adulta), senso de humor refinado e enorme capacidade de compreender e respeitar as diferenças alheias. De sorriso largo, ela gosta de tardes frias e noites estreladas. Também é amante das palavras, das artes e das chamadas boas coisas da vida (amigos, viagens, sexo, música, gastronomia, vinhos e situações aconchegantes).

Sim, quando o namorado quer ver futebol ou jogar basquete ela fica feliz e satisfeita por ter um tempo livre só para ela.

Sim, ela respeita a privacidade do namorado: nunca mexe em seu celular, só se ele pedir para ela atender uma ligação, por exemplo, e ainda assim com relutância; ela não revira seus bolsos e se sentir um perfume diferente na roupa dele simplesmente vai romper o namoro sem crises ou pedidos de explicação.

Sim, ela acha normal que o namorado tenha amigos e amigas e até saia com eles sem ela por perto. Ela considera isso salutar para a relação a dois. Ela também não faz questão de exibir o namorado a ninguém, mas também não se importa de expressar seu sentimento em público, com beijos e carinhos. O que ela gosta mesmo é que tudo seja natural e espontâneo.

Ela prefere não conhecer a família dele para evitar aqueles almoços pedantes aos domingos, mas se isso for necessário ela evitará muita intimidade e jamais perguntará à “sogra” sobre as ex dele.

De verdade, ela não espera por flores, jantares, presentes caros ou surpresinhas em datas especiais. O que ela deseja é um homem sincero e de atitude, capaz de lhe dar uma gérbera em plena quarta-feira chuvosa. Tomar sorvete num fim de tarde qualquer ao lado dele e, quem sabe, dormir juntinho numa segunda à tarde, se for possível matar o dia, também são cenas bem-vindas pela moça!

E, para ela, sinceridade é, sim, dizer até mesmo: - Meu bem, hoje tô fulo e só queria tomar uma no bar do Marcão. A gente se vê amanhã!
Ela jamais se ofenderia com tamanha sinceridade, mesmo sabendo que estar no bar do Marcão implica também em ver a Bruninha passando pela calçada. E daí? Ela é segura. É uma mulher de 30!

Por fim, não serão aceitos candidatos do sexo feminino. Se ainda existir homem que se interesse por uma mulher assim, mande seu recado e contato para o e-mail: 30mulher@gmail.com

Requisitos indispensáveis: sinceridade, fidelidade, atitude, leveza, disponibilidade para amar e ser amado, ser bom amante (e isso aqui quer dizer: ter conhecimento profundo da arte das preliminares e generosidade para compartilhar prazer) e ter um certo olhar misterioso.

Requisitos desejáveis: inteligência, criatividade, vigor físico, espírito aventureiro e desbravador, formação superior em alguma área de Humanas, afinidade com a língua portuguesa, solidariedade e alguma beleza plástica.

Questionário de identificação de perfis tarjas-pretas ou malas:
1. Você tem cara e age como um gentleman? S ( ) N ( )
2. Você tem dificuldade de falar sobre relacionamentos anteriores? S ( ) N ( )
3. Você é radical em seus conceitos? S( ) N( )
4. Você liga para a namorada sempre que não sabe onde ela está? S( ) N( )
5. Você manda e gosta de receber SMS a qualquer hora do dia? S( ) N( )
6. Suas roupas são organizadas segundo critérios como cor ou estilo? S( ) N( )
7. Você tem alguma frase padrão que repete para as pessoas ou algum perfil fake em redes sociais? S( ) N( )
8. Você usa meia ou pijama para dormir? S( ) N( )
9. Você dá apelidos às suas namoradas, como gatinha, vida ou doçura? S( ) N( )
10. Você percebe se suas ideias mudam muito entre a manhã e a noite? S( ) N( )
11. Você prefere não manter amizade com suas ex namoradas? S( ) N( )
12. Você adora usar gravata? S( ) N( )
13. É fã de alguma banda inglesa ou gosta de cantar em inglês? S( ) N( )
Se você obtiver mais de 6 “sim” é um perfil excluído do anúncio.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Finais possíveis

Um dia listei no meu blog antigo algumas cenas que ainda considero como finais felizes:

1. Comer algodão doce numa tarde chuvosa, sentada num banquinho diante de pétalas rosadas que perfumam o jardim. E esperar que alguém grite nosso nome no portão.

2. Numa terça-feira qualquer, tomando um café quentinho, ouvir, observar e ter a certeza de que aquele ser estranho e pouco articulado nos ama e isso já nos é suficiente.

3. Numa praia deserta de céu azul límpido e mar reluzente, entender que somos mesmo únicos e ninguém, ninguém mesmo, vai preencher totalmente nossas lacunas existenciais! Mas, abrindo uma latinha de cerveja, concluir que é possível viver momentos bárbaros ao lado dos seres comuns (como nós) que se aproximam por despretensiosa afinidade e são capazes de nos proporcionar prazeroso almoço embaixo de uma copaíba. E, às vezes, isso pode ser sinal de amor.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Sei que me afastei dos teclados do meu coração. Não escrevo mais o que penso ou sinto. Apenas o que preciso escrever. Letras de escritório. Palavras que saem de forma automática, sem prestígio para mim. Talvez esteja anestesiada. Talvez seja apenas modo de sobrevivência. Ótima semana santa!

terça-feira, 23 de março de 2010

Sede de bola


foto: http://futebolnegocio.files.wordpress.com

Estamos a exatos 80 dias da Copa do Mundo na África do Sul. E esse assunto fervilha nos principais noticiários... Quatro anos atrás, os amigos diziam que eu escapei de uma baita encrenca... Na verdade, falavam sobre eu ter me livrado de escrever sobre a Copa numa coluna especial para mulheres no jornal onde trabalhei... Caí fora antes...
Por incrível que pareça para aqueles que me conhecem um pouquinho, daquela vez eu quis comentar o assunto... E já que estamos novamente num ano de Copa, aproveito para me explicar:
Futebol nunca foi o meu forte (na verdade, esportes em geral!). Aliás, na primeira vez em que fui convocada para cobrir um jogo quase tive um colapso. Precisei humildemente explicar ao editor que eu tenho pavor de tumulto - pânico mesmo! -, especialmente aquele que envolve torcidas eufóricas, à beira de um ataque de nervos. Naquela ocasião era Norusca e Corinthians. Imagine! Tem outra coisa que me condena em relação a gostar ou não de futebol: meu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso – e lá se foram 11 anos!) retratou a participação do Brasil em quatro décadas de Copa do Mundo num documentário radiofônico com quatro programas de uma hora de duração... Pode? Não me peçam explicações, por favor.
Mas eu confesso que, apesar de não lembrar de nenhuma escalação famosa e de ter essas neuras com tumulto de torcedores, de quatro em quatro anos eu me rendo ao mundo "verde e amarelo".
Num país em que há carência de tudo, inclusive de consciência política, são partidas de futebol que, como num passe mágico, transformam a nação numa coisa só. Unidos, os brasileiros têm é sede de bola! As mazelas todas, a falta de grana, o desconforto emocional, a angústia por dias melhores... Tudo é guardado no fundo do baú da alma brasileira. E uma alegria pulsante toma conta de todos. Como se no momento dos jogos a gente se transformasse num país de verdade, com P maiúsculo. Pronto e respeitado por algo, enfim.
E se essa competição mundial eleva tanto a auto-estima do nosso povo não serei eu o espírito de porco que vai criticar o comportamento alheio. Se essa é a hora, vamos soltar os bichos e torcer por muitos gols. Quem sabe uma hora dessas a gente se anima a marcar o nosso!

domingo, 21 de março de 2010


Estou de luto, mas deixo aqui uma flor com a ideia de que continuarei cultivando meu jardim.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Farta de semideuses

Ontem vi uma peça (Doido - espetáculo solo de Elias Andreato). E como ocorre sempre que presenciamos uma boa expressão artística, fiquei com algumas frases e reflexões na cabeça. A mais importante, neste caso, é a ideia de estar farta de semideuses. Farta de heróis, super homens, super mulheres. Gente de atitudes nobres. Gente capaz, no máximo, de assumir pequenos pecadinhos...
Onde está aquela gente realmente gente, pulsante, capaz de assumir atitudes vis? Aquela gente que cospe, que urra, que sente inveja, ciúmes e assume dores e angústias? Essa humanidade crua, sem maquiagens, tem me feito falta.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Amizades reescritas

A Mezzine não virá. Novamente isso. Penso por que nesta caminhada conhecemos pessoas que nos interessam e que nos fazem bem se não podemos conviver com elas? Talvez elas sejam somente uma passagem pra gente mesmo. Uma razão para pensarmos na vida de modo diferente. Às vezes até com o olhar do outro, por que não?
São poucas ainda as pessoas em quem eu confio e de quem sinto saudades reais. Sem forçar a barra, entende? Dá para contar nos dedos da mão direita. Essa que me dá firmeza. E a confiança, na verdade, não é inteira. Não é com muita fé. Confio até a página dez. Depois, o pé já fica atrás. Afinal, todas elas (até elas) um dia já me decepcionaram. Normal, não é? São gente. Estão à mercê dos sentimentos mesquinhos, das ações egoístas, das tentações mundanas. Eis meus amigos: pessoas inteiras, frágeis, malucas.

Tem a professora de história. Aparência frágil, olhos marejados, pele sardenta e punk na cabeça. Essa é amiga de infância. Pessoa com quem dividi as maiores crises existenciais. E com quem tenho prazer - ainda hoje, em tempos de twitter e MSN - em trocar cartas via correio, com carimbo e selo!

Tem a filósofa que está gerente de loja. Com ela dividi momentos importantes. Mudanças de casa, separações e alguma solidão. E dividi mais: ideias, ideais e muita reflexão. Foi ela que me ensinou a fazer suco de couve com limão. Delícia! E é dela a frase “o amor que era só é amor porque era”.

Tem a empresária. Pessoa íntegra. Virginiana típica: organizada, honesta, repleta de princípios. Trabalhar ao lado dela foi um aprendizado diário e prazeroso. Mas não é só isso. Com ela, à tardinha, no fim do expediente, eu conversava sobre tudo e com muita tranquilidade, afinal desde sempre ela foi uma grande amiga. Nossa mente bate, entende? A gente se entende. Além do mais, ela é dessas mulheres independentes, livres e bem resolvidas. Dessas de se parar para admirar.

Tem o jornalista. Ele não é diplomado. Sua ética vem de berço. Sua postura jornalística vem da experiência. E seu texto é adorável. Seus olhos são doces. É um amigo pisciano. Somos do mesmo elemento água. Isso talvez ajude em nossa identificação. Com ele foi quase amor à primeira vista. Nossa convivência constante foi por longos sete meses. E a amizade extrapolou a redação. É amigo para uma boa mesa de bar, um suco aos domingos pela manhã, um almoço “no mato” e uma boa caminhada. De MSN e de vizinhança. É amigo e ponto.

Tem o capoeirista. Dele já falei em outras ocasiões. Por ele já senti um amor platônico. Com ele a amizade começou no olhar. Olhar penetrante. Coisa de alma. Dividimos leitura, passeios vespertinos, músicas surreais... Dividimos angústias existenciais, falamos horas ao telefone e fomos cúmplices. E apesar da distância, ele está sempre do lado de cá do meu coração.

Puxa, pensando agora, passam da mão direita os amigos que me inspiram uma descrição. Jornalistas, por exemplo, tem mais uns quatro de quem poderia falar. A jornalista sócia, a jornalista cantora, o jornalista enfezado, o super jornalista, o mala jornalista pai do João. Tem a amiga que criou uma nova ocupação: secretária personalizada. Já esteve comigo até em velório. É uma super amiga. E uma super mulher. Poderosa!

Tem o amigo amor da minha vida. Esse conheci ainda na adolescência. É o cara. Gentil, honesto, envolvente. De sorriso limpo, mãos firmes, passos aventureiros. Com ele vivi parte da minha vida. E é dele que ainda recebo SMS que me emocionam. Ele jura que se ganhar na mega-sena dividirá a grana comigo. Quero crer que ele será amigo até nesta hora!

Tenho amigos que duraram um mês. Mas deixaram marcas. Tem amigos com quem dividi só uma carona. Outros com quem trabalho há anos. Tem amigos com quem já dividi sonhos, outros com quem estudei e realizei projetos. Tem os amigos de identificação literária, musical, gastronômica... Há os amigos de Orkut, outros de facebook... E tem os seguidores do twitter... Mas quem fica, quem sobra, para um chá numa quarta chuvosa são aqueles que conto nos dedos das mãos – não só da direita, como constatei ao longo deste texto, mas também da esquerda cheia de sede criativa.
E, no final, o que vale mesmo é poder lembrar de todos eles, fazer um balanço do que vivemos e constatar que somos felizes.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Carta a quem possa interessar ou Caco e Lari: as aventuras do sapinho poeta




crédito imagem: http://namb-ualg.blogspot.com/2008_12_01_archive.html

(capítulo final)
Hoje, falo com você, sapo travestido de gentleman. Você que abusa da boa vontade dos outros, você que se faz de vítima mas é a pessoa mais sórdida e dissimulada de que já tive notícias. Você que definitivamente não tem maturidade e inteligência para reconhecer um amigo. E você sabe que não falo isso por dor de cotovelo. Você sabe que nossa historinha já estava nas linhas finais, mais morna que água de banho de bebê... Ambos sabíamos disso. Mas quisemos por força maior escrever mais umas linhazinhas. O duro é que para isso não precisava envolver tanta gente, quebrar minha cama, inflacionar minhas contas de água e de energia elétrica e ainda abusar da boa vontade de minha família... E não adianta falar das tais contribuições (um peru, uma bolsa e alguns trocados gastos em supermercado) porque amizade como a que encontrou por aqui, como diz a publicidade de cartão de crédito, não tem mesmo preço!
Bancar de bom moço, tudo bem. É seu gênero pouco criativo – e até covarde. Mas, peralá... Roubar o ar do meu quarto, usar até minha Internet para retomar contatos com pessoas de quem você dizia não querer ouvir nem o nome? Fazer ceninhas de ciúmes quando já estava ciscando em outro terreiro?! Deixar-nos de vigias em seu apê quando já estava fazendo falsas promessas a moças românticas? Faz-me rir, rapaz. Vamos combinar que faltou-lhe hombridade, afinal por diversas vezes avisei que para ser meu amigo era preciso ser transparente. Não cobrei nem fidelidade, mas sinceridade tão-somente. Já tinha dito também que meus parâmetros de homem e de amigo são bem altos... Quase impossível de alcançar.
E desculpe-me pela sinceridade, mas és mesmo um sapo. Afinal, um gentleman não peida em público – nem na cama da amante -, não arrota a todo momento, não sua feito animal ou ronca feito uma britadeira. Faça-me um favor: tente ser feliz bem longe de mim e pare de me ligar para pedir favores e conselhos. Chega, baby! Virei a página, a tempo! Boa sorte!

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010




eu
quando olho nos olhos
sei quando uma pessoa
está por dentro
ou está por fora
quem está por fora
não segura
um olhar que demora

de dentro do meu centro
este poema me olha
(Paulo Leminski)

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

IF

Bom, eu sei que a proposta aqui é escrever as ideias de bolso... Mas hoje só quero registrar uma ideia que tá na cabeça mesmo... É uma coisa que aprendi com um amigo muito especial – na verdade, um amigo que me surgiu como um “presente de ano novo”!
Ele diz que sua mãe costuma dizer: - ah, isso é IF! Eu juro que nunca tinha ouvido essa expressão e amei. IF, para quem como eu nunca tinha ouvido o termo, quer dizer ideia fixa.
Esse post, aliás, é resultado disso. Fiquei com a ideia fixa no meu novo amigo e na expressão dita por ele!
Ótima semana e um mês cheio de paixão e positividade a todos que passam por aqui!

sábado, 2 de janeiro de 2010

Escolhas

Ufa! Eis que 2010 chegou e hoje já é dia 2 de janeiro. Lembro tão claramente de quando pensava o que eu estaria fazendo da vida em 2010... E lá se foram 20 anos!
/.../ Bem, hoje uma amiga querida me despertou para o texto abaixo com um e-mail curioso de "boa entrada de ano" cujo título era "velório".
Então, resolvi desengavetar as seguintes ideias de bolso:

Sempre odiei esses processos seletivos em que os psicólogos ficam testando os candidatos com questões pouco objetivas. Não que eu já tenha passado por muitos deles, mas acompanhei o sofrimento de diversos amigos. Nas seleções em grupo:

– Qual animal você gostaria de ser?
E depois, é claro, aquela ladainha de ter de explicar a razão da escolha... O pobre do candidato, louco para conseguir um emprego e poder pagar logo as contas atrasadas, começa a exercitar sua capacidade de adivinhar o que o outro quer ouvir...
– Bem, a formiga tem grande capacidade de trabalhar em equipe, senso de organização e apesar de pequena e aparência frágil tem a força centrada na capacidade de planejamento!
Ufa! Depois de raciocinar como os gestores de pessoas, o cara se sente até meio aliviado... O outro escolhe o elefante e trata logo de começar sua explanação criticando a formiga, determinado a mostrar logo de cara que tem senso de competitividade...
Nunca achei esse tipo de seleção eficaz. Aliás, todos os processos seletivos que já acompanhei de perto tiveram como “vencedores” pessoas muito distantes do perfil exigido. Acertar o perfil é quase como ganhar na loteria.

Intuitivamente venho ao longo dos anos desenvolvendo “estratégias” para conhecer melhor as pessoas, sem precisar lançar mãos dessas “papagaiadas” observadas por aí... E, confesso, até mesmo na vida pessoal tenho selecionado amigos com base nessas minhas estratégias. Por exemplo, odeio pessoas muito ambiciosas. Aquelas que passam por cima de qualquer sentimento para obter uma vantagem financeira... Ou aquelas que entre uma flor e um vestido ficam com o vestido. No meu raio-x, nesta escolha o vestido representa a vaidade, o lado material, a predominância do lado racional da pessoa. É claro que isso não me faria excluir essa amiga de minha lista, mas me faria com certeza ficar mais de olho no comportamento dela.
Sei, sei que você pode dizer que não passo de uma romântica boba. Mas nesta escolha, para mim, a flor diz bem mais que romantismo. Ela simboliza o valor que a pessoa atribui ao afeto. Simboliza a preferência pelo espiritual, pelo singelo... E são essas as pessoas que eu quero perto de mim.

Outro exemplo. Dia desses, para testar um amigo que estava me devendo uma resposta, mandei um e-mail bem objetivo. No campo assunto lasquei um “velório”. No corpo da mensagem, escrevi objetivamente:
- Olá, fulano! Preciso saber se você recebeu minha mensagem anterior com local e horário do velório? Abs!

O que eu queria com esta mensagem? Bem, queria saber se com essa isca ele me responderia. Queria saber até que ponto ele se importa com algum assunto sério ligado a mim. Nesse caso, ele respondeu imediatamente. O que me levou a concluir que o assunto anterior ainda estava sendo abstraído por ele, mas diante da gravidade de um “velório”, rapidamente ele se manifestou e fez questão de se mostrar um amigo verdadeiro. Ponto para ele. E para mim, que consegui identificar isso.

Mas isso nem sempre é possível. E às vezes também a isca jogada só demonstra que a pessoa é quem você já temia... Egoísta, observadora de seu umbigo, preocupada com o mundo ao seu redor!

Os signos também são bons conselheiros na hora de avaliarmos o perfil de alguém... Uma amiga super ligada em astrologia é capaz de ficar horas descrevendo um pisciano, um geminiano ou um leonino... E não é que as características batem?! Eu fico boba de ver como há coincidência entre a característica de cada signo com as pessoas nascidas naquele período. É incrível.

Assim, com um recurso criativo aqui, uma discussão bem-humorada sobre signos ali, cruzando os dados com as ações e reações das pessoas avaliadas, é claro, podemos chegar mais perto de um perfil com o qual nos identificamos. Isso vale para o ambiente de trabalho ou para a vida amorosa. O importante é jamais trocar gato por lebre ou passar um tempão achando que o sapo é um príncipe. Ninguém é perfeito. Nem eu quero isso. E talvez até ame um sapo! Mas é legal ter afinidades verdadeiras e não maquiadas. Eu, pelo menos, quero saber direitinho quem são as pessoas com quem lido.

Se é um sujeito orgulhoso, ok. Com isso claro, cabe a mim escolher se quero aceitar esta característica num amigo. Se é ambiciosa, legal. Só preciso ter isso claro para saber até que ponto a amizade vai fluir... O que não dá é ter alguém ao lado que afirma amar filme italiano e comida japonesa, mas que espera eu virar as costas para filar um bifão mal passado com fritas vendo filminho americano!

Pense nisso! E tenha uma ótima semana!

domingo, 27 de dezembro de 2009

Votos de ano novo


Sete bagos de uva. Pular ondas. Guardar sementes de romã no fundo da carteira. Sem contar as receitas de salada do amor, banho de proteção, chá da sorte, lingeries da virada (branca, rosa, vermelha, amarela...). Vale tudo pela ideia de atrair saúde, sucesso e amor no ano que se inicia. Pelo menos é o que dizem. E como dizem!

Eu, confesso, já segui muitas dessas receitas. Também já fiz listas de desejos e objetivos para o novo ano. Do que valeram, afinal? Olha, se eu fizer um balanço, posso garantir que em nenhum dos últimos anos de minha vida me faltou sorte, amor ou saúde... Não que eu tenha tudo isso junto sempre. Mas pelo menos por alguns meses de todos os anos eu tive um ou outro, às vezes a maioria deles...

A sorte, por exemplo, é uma boa companheira. Eu não sou rica, nem nunca fui. Mas já ganhei muita coisa boa nesta vida - inclusive dinheiro. Encontrei muita gente interessante e tive oportunidades exclusivas, especialmente nas horas difíceis em que me senti só. Comigo sempre valeu aquele ditado de que Deus pode até fechar uma porta, mas sempre abre uma janela.

No amor também não posso reclamar não. Tive bons companheiros. Alguns por mais tempo. Outros passageiros. E me senti amada por todos (ou quase todos). Mas o melhor de tudo é que sempre acabo amiga de meus afetos. O maior e mais presente de meus amigos, aliás, é meu ex-namorido. Há ainda os amores que vão e vem, como as estações do ano. E a cada volta tem um sabor diferente, especial. E, claro, a esperança de que vai durar para sempre!
Também já sofri por amor. E quem nunca sofreu? Mas amei tanto e de forma tão entregue que todos valeram a pena. Mas depois de algumas experiências marcantes fiquei receosa com o amor. Hoje, porém, estou com vontade de “abrir a guarda”. Creio que meu luto já passou. E tenho tido estímulos suficientes para querer viver de novo uma história cheia de entrega e trocas... Será?

Da saúde também não reclamo. Ela nunca me assustou para valer. E para me manter em forma no novo ano vou me concentrar em garantir doses diárias de alegria, vou cortar o açúcar, fazer exercícios e reservar uma noite de amor a cada 48 horas no máximo. Com isso, creio, não será preciso seguir nenhuma outra receita. Só mesmo uma oração. E que venha 2010 e todas as suas surpresas!

sábado, 19 de dezembro de 2009

Para quem não conhece e gosta de Seu Jorge, fica a dica do Blog dele. Acesse!

Por hoje, é só!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Imagem de Stock: Luzes abstratas do disco

Presa pela chuva, sem pendências no dia (ufa), eis que vem a vontade da escrita...

As notícias (em sua maioria tragédias)continuam parecidas. Assaltos, sequestros, golpes relâmpagos... Nas redações, os colegas trabalham sob pressão, sem estrutura para apurar as notícias de forma ideal, sem muita criatividade...
/.../
O padrasto daquele garotinho da Bahia acaba de confessar ter introduzido mais de 40 agulhas no corpo da criança... Isso não é coisa de gente! Nenhum ritual religioso justifica tal crueldade.
/.../
Também estão nas páginas de notícias as luzes de Natal, as festas, os amigos secretos e as receitas de ceia criativa e econômica!
Mas não quero mesmo dar mais opinião sobre nada. De alguma forma, quero apenas estar aqui. Alisar esse fundo branco. Marcar minha presença discretamente... É assim que tenho levado minha vida também. Avançando um pouco. Recuando um tanto.
Por hoje é isso! Boa noite!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Flor lilás ou fios vermelhos?


É difícil ter de forma clara qual a imagem que fazem da gente. No sábado, por exemplo, fui fazer a unha e a manicure (Kiki) já disse de cara:
- Ai, ai... essa cutícula delicada vai me dar trabalho.
E eu:
- Ah, nem tão delicada... ela é fina.
- Ah, com essa sua carinha! Olha só a sua mãozinha. Parece uma boneca!
É. Eu estou acostumada com esse tipo de comentário. E pior, acho que dou razão para essas pessoas me imaginarem um bibelô. Acho que o erro foi de meus pais, que me ensinaram a sorrir para todos. Então, eu me apresento e, especialmente na dúvida sobre o que dizer, logo abro um sorriso. Pronto. Está criada a imagem de que sou uma menina meio boba (porque rio à toa) e delicadíssima (pela aparência frágil).

Não sou. Ao contrário, tenho certo humor cortante, sou intolerante e, ultimamente para não ser grossa, sou muda e desconcentrada. Odeio futebol, detesto a grande maioria das músicas cantadas em inglês e tenho alergia de pessoas que ficam narrando notícias para mim, especialmente as que querem comentar demonstrando conhecimento de causa. Tenho que confessar também que não acho quase nada engraçado, em especial as piadas. Tenho preguiça de mastigar (isso já espalhei para os amigos) e evito salões de beleza por me sentir um peixe fora d’água entre as frequentadoras.

Por fim, não sou assim um jiló. Gosto de algumas coisas. De música popular brasileira, por exemplo. Das clássicas também. Sou contemplativa. Amo observar o pôr do sol. Sou capaz de ficar horas e horas na frente do mar, com olhar perdido. Gosto de deitar na minha rede verde e de ouvir alguém ler um bom livro em voz alta e com boa entonação. Também gosto de falar, escrever e divagar sobre o comportamento humano. E tenho gostado bastante de umas certas “ideias de fronha”, mas isso não é assunto para esse meio aqui...

Mas nenhum de meus gostos (ou desgostos) são aparentes na estampa. E esse desencontro entre o que "mostro" e o que "sou" cria, de certa forma, uma crise de identidade. E o pior é que quanto mais deduzem que me descobriram mais eu me escondo. Isso não sei explicar, ao certo. E quando alguém vem cheio de si, querendo se impor para mim? Aí é que me calo mesmo - até pela infantilidade e prepotência do ato.

Fico pensando o que leva alguém a se armar para enfrentar o outro? A ter reações impulsivas e por vezes agressivas como se quisesse gritar:

- olha eu aqui. Existo e sou melhor que você!

Acho que qualquer um com mais de trinta deveria desprezar isso. É muito estranho perceber que há pessoas que se acham ameaçadas por outras que nem se dão conta da existência alheia...

Eu, por exemplo, sou um caso perdido. Ninguém nesse momento será capaz de me impressionar porque eu simplesmente tenho estado à parte do mundo à minha volta. Hoje, não sou rival nem da outra que mora em mim (e com quem eu, confesso, já briguei muito!). E não é por covardia não, viu. É pela mais pura e latente forma de coragem. Não quero enfrentamentos. Simplesmente isso. Por quê? Porque há uma vida linda lá fora! E nada me fará perder tempo com coisas alheias aos meus desejos mais intrínsecos.

Quero apenas ser eu. Cada vez mais eu. Pura e simplesmente eu. Passando despercebida, às vezes, ou admirada simplesmente pelo o que sou e posso dar. Mesmo que, para isso, eu tenha que aturar eternamente a imagem da menina doce e quietinha, pintada pela Kiki.

Deu para entender? Coisa de gente (madura)!

Certeza

(Fernando Sabino)

De tudo, ficaram três coisas:
A certeza de que estamos sempre começando...
A certeza de que precisamos continuar...
A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar...
Portanto devemos:
Fazer da interrupção um caminho novo...
Da queda um passo de dança...
Do medo, uma escada...
Do sonho, uma ponte...
Da procura, um encontro...

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Cítricas


Imagem: http://www.conteudoanimal.com.br/info/anfibios/anfibios.asp


E se a gente sentasse e chupasse laranja até que o aroma enganasse nossos sentidos e, então, a gente deixasse todas as respostas virem à tona - despretensiosa e genuinamente?

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Foto: by DoisEspressos


Preciso reconhecer que evolui nesses últimos dias. Estou testando sentimentos com novos sabores. Não quero exigir nada do que não possam me dar. (E que exercício difícil). Confesso também que tive recaída. Mas foi coisa pouca.
A meta é não pedir nada. Desejar sim. Mas não pedir. Saborear apenas o que chega até mim. Mais adiante posso até descobrir que essa não é a melhor estratégia para ser feliz. Mas como já segui outras receitas, agora vou apostar nesta. Também não quero alimentar expectativas com relação a nada nem ninguém. Mas quero alguma emoção porque também não sou de ferro e definitivamente não estou procurando uma vida bege! Quero apenas um pouco de paz (também não precisa ser muita) e algum sentimento pulsante e verdadeiro.
Tenho um palpite de que vai sair sol! Ótima semana!

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Suspeito...

Suspeito (só suspeito) que não valorizamos devidamente as pessoas que estão ao nosso alcance. Explico: depois de um “oi bem dado”, um abraço apertado e um sincero “como vai?”, costumamos colocar no samba da nossa rotina ‘seja lá quem for’ e independentemente ‘da importância que atribuímos a esse alguém’. Isso não é nada bom.
Procura observar.
A gente passa meses falando com alguém por MSN, tentando expressar a saudade latente, o carinho acumulado. Aí, não mais que de repente, temos a chance diária de conviver com a criatura e pronto: a encostamos. De um dia para o outro, passada a recepção mais calorosa, logo achamos que o ente querido é mais um móvel que precisamos cuidar, mas não a ponto de deixar nossa rotininha de lado. Não é estranho?
Eu sempre achei (e disse isso para vários amigos) que vale a pena perder uma noite inteira de sono só para papear com aquela pessoa adorável com quem nos encontramos raramente. Eu posso até deixar uma conversa com minha irmã para amanhã (afinal ela mora comigo), mas com aquela amiga que nunca vem a Bauru nem pensar... Com ela quero falar feito rádio enquanto puder ficar acordada. Mas nem todo mundo reage assim. E eu já me magoei bastante por isso. E, hoje, mais calejada, eu mesma me pego fazendo isso: deixando passar momentos que podem ser únicos... trocando o papo amigo por uma noite de Internet... Calando umas conversas até meio chatas, mas imprescindíveis, com a desculpa de ler uma revista ou um livro...
Sei lá. Nem estou me reconhecendo. Será o tempo? Será finalmente o entendimento do peso das palavras? O medo do comprometimento? Ou o receio de expressar demais aquilo sobre o que posso me arrepender?
Pena. Peninha! Coisa de gente!

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

... esse silêncio não é meu. É teu. É você quem me tira a paz e me rouba as palavras. Mas elas estão lá. Todas elas. Residem no silêncio à espera de chão firme.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

No meio do caminho

(nada como uma experiência ruim para me trazer de volta ao Blog... ao menos foi um estímulo)

Sabe aquele dia ruim? Cheio de obstáculos, especialmente interiores? Vivo isso hoje.

Em plena sexta-feira 13 descubro que tirei apenas 6,0 pontos na prova que desejava ter ido bem – e que precisava de um 7,0!. Aliás, nunca na minha vida escolar tirei nota tão baixa. Para ser bem sincera, eu era do tipo irritante que chorava quando tirava 9,0 nas provas! Eu não me contentava. Queria dez!

Mas, não é sempre na vida que temos um dez! Às vezes temos de nos contentar com a mediocridade de um meio. Não é?

Meio legal, meio amigo, meio amante, meio confiável. Meio apaixonado por mim. Meio desligado de mim!

Tenho um trabalho meio estressante, que me possibilita bancar meio mundo, e que é quase dez nas possibilidades de experiência de vida. Mas é quase. E, hoje, então... Nada é dez para mim, viu. Acho que sou eu que estou meio vazia. Ou meio cheia de tudo!

Mas passa. Amanhã o dez vem de alguém 100% amigo. Entregue inteiramente. Sem meias verdades, sem telefonemas no meio da noite. E aí, nessa hora, vou comemorar o dez que faz realmente a diferença na minha vida!

Por enquanto, tentarei terminar o dia 13 pensando no primeiro ano de vida da minha sobrinha que certamente terá muitos dez pela frente. E também alguns 6,0... 7,0... e por que não algum meio ponto para aprender, quem sabe, que valor tem sentido na sua vida.

Ótima semana a todos!

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Imagem: http://meninalegria.blig.ig.com.br/imagens/apaixonado.jpg

Se é para falar de amor, vamos lá, menino,
acende um cigarro
me serve o vinho
mergulhe no olhar...

Vamos lá, menino,
fale de você
fale deles
conte-me por onde andou.

Se é para falar de amor, vamos lá, menino,
deixe as frases de efeito
se jogue, se entregue
vamos lá, menino...

Se é para falar de amor,
vamos pôr as cartas na mesa
quebrar os copos
sujar o tapete...

Vamos lá, menino,
não precisa me convencer da sua inteligência
nem me encantar com cantos e sopros
muito menos inventar sentimentos.

Eu só quero alguém desarmado
de mãos limpas
e verdades duras...
vamos lá, menino.

Se é para falar de amor,
põe uma música
diz alguns versos
lê pra mim.

Vamos lá, menino,
tire a máscara
solte a gravata
desate os nós...

Se é para falar de amor, vamos lá, menino,
procure meu olhar
enxergue minha alma
extrapole meus desejos.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Sobre garçons, flores, vacas e títulos




Ai que bom que eu criei este espaço. Aqui, afinal, posso publicar as tais anotações feitas originalmente em papel de pão ou em guardanapo de boteco. Se bem que nos últimos anos em vez de escrever nos guardanapos eu faço dobradora em formato de flor. Não me pergunte o porquê. Sei lá. É mania. Quando percebo já estou girando entre os dedos o “caule” daquela florzinha branca... Mas, enfim. Ainda me restaram umas anotaçõezinhas para compartilhar aqui.

Por exemplo, outro dia, num bar mesmo, encanei com o garçom. Na verdade, não com o garçom, mas com garçons. É incrível, mas comigo sempre acontece. Eu aceno e nada. Dou tchauzinho. Aceno mais bruscamente com a mão reta. Nada. Digo um “por favor!”. Não me ouve. Enquanto isso, os garçons vão passando nas outras mesas e anotando os pedidos. Resultado: o meu pedido demora mais de meia hora só para ser registrado. Imagine a proporção da minha raiva. Mas já testei até. Já fui com roupas mais chamativas. Tentei de tudo. Um decote mais ousado. Uma cor mais forte. Um salto barulhento. Mas isso só confirma minha teoria de que sou daqueles seres sociais invisíveis. Como são os engraxates. Os vassourinhas. Os guardadores de carro. Os faxineiros. A diferença é que eu não uso uniforme... E dizem os cientistas que a invisibilidade vem justamente do uniforme. Vai saber, né...

Como o suco que peço sempre demora muito a chegar, dia desses estava pensando... Como seria bom se existisse uma vaca que produzisse suco de laranja. Imagine. Você sai no quintal, dá aquela espreguiçada e se dirige até a vaquinha para fazer a ordenha do suco, que sai fresquinho, espumado e super saboroso. É claro que para diferenciar das outras essa vaca deveria ser de cor laranja. Se fosse champanhe então, como da vaca da foto (crédito: © Al Hayball 2009), tanto melhor! Ai ai... acho que até sonhei com isso!

Bom, agora que já falei bastante besteira, vou estudar. Quem sabe um dia desses descolo um título... Desses que fazem algumas pessoas terem orgulho de se dizer “mestre” ou “doutor”. Embora de verdade, de verdade, eu queira apenas ser especialista em resiliência, mestre em felicidade e doutora em compaixão. Tá registrado!

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Domingo azul estrelado



Azul era a cor do tapete que enfeitou o céu naquelas manhãs de domingo (dias 13, 20 e 27/9). O verde estampa a paisagem do exuberante Jardim Botânico. E as estrelas estavam no palco, no canto dos bambuzais.
Este foi o cenário perfeito habitado por quem esteve no Jardim Botânico de Bauru prestigiando o projeto “Um canto no Botânico”, primorosamente abraçado pelo diretor do jardim, Luiz Carlos de Almeida Neto, pelo secretário da Semma, Valcirlei Gonçalves da Silva, e assistido com entusiasmo pelo prefeito Rodrigo Agostinho. Estive lá nos três dias e pude perceber o envolvimento de todos eles e de suas equipes. No primeiro domingo, Luiz recebia pessoalmente os visitantes (cerca de 50 pessoas, ao todo) com um sorriso largo, cheio de expectativa. No dia 20, para surpresa da plateia (cerca de 130 visitantes), uma mesa com frutas (uva itália, morangos e poncan, doadas pelo CEAGESP) conseguiu deixar o lugar ainda mais aconchegante. E o terceiro e mais iluminado domingo foi mesmo especial. Mais de 400 pessoas puderam conferir a voz doce e tocante da Audren, cantora do Awe Trio. As frutas estavam lá, os sabiás estavam lá, os apreciadores de música estavam lá! O vento fresquinho também deu sua contribuição, misturando-se ao calor do sol e dos humanos que certamente saíram de lá se sentindo mais gente, mais felizes. Eu quero ver esse projeto vivo e espero que empresários e órgãos como a Secretaria da Cultura integrem a ideia e somem esforços para garantir aos bauruenses esse presente verde e musical.

E quer saber mais? Todo aquele clima, o sol, as pessoas que eu vi, a música, o verde intenso... Tudo isso bastou para que minha semana fosse muito mais humorada e leve. Sem contar que terminei a noite de domingo tomando um sorvetinho com gente prá lá de amiga!

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Remember (texto publicado em 8/2/2008 no Palavra Impressa)



Ok. Sei que já estou alguns dias sem escrever. Meio atordoada ainda com os últimos acontecimentos! Meio zonza com as notícias da TV (ruins, infelizmente) e feliz por ainda querer escrever sobre um sentimento paradoxal e fundamental para a nossa sobrevivência: o amor Quero compartilhar com você algumas reflexões a respeito deste sentimento avassalador, que escraviza, nos prende num campo de batalha e nos põe (quase sempre) confusos, sem saber se queremos entregar os pontos ou continuar na guerra.

1. Dizer que amor de mãe é o único e verdadeiro amor é balela. Entendo que seja um sentimento diferente que torna a mãe capaz das maiores batalhas para garantir a felicidade do filho, mas dizer que é o único verdadeiro é quase negar o amor. E vamos combinar outra coisa: o conceito de verdade é totalmente subjetivo. Muitas mães têm uma postura de entrega e isso é próprio da condição maternal, afinal é uma semente dela na vida. E por que não pensar, então, que o amor, na verdade, é por ela mesma e pela ideia de ter uma continuidade da própria existência?

2. Em dias pós-modernos (rs), em que vivemos cercados por relações superficiais e emaranhadas em interesses individuais, todos parecem amar muito mais a ideia do amor, a possibilidade de ser alguém “grande”, capaz de sentimento tão universal e nobre, do que propriamente o “objeto” amado.
Isso é dito, de certa forma, de padre Vieira a Barthes e, mais recentemente, por Zigmunt Bauman em seu Amor Líquido. Dono de muitos conceitos sobre as fragilizadas relações sociais do homem de hoje, o sociólogo polonês é uma referência para quem pretende entender por que, entre mundo real e virtual, nossas relações têm tanta fluidez e ao mesmo tempo são tão descompromissadas.
“É preciso deixar claro que Bauman não se propõe a indicar ao leitor fórmulas de como obter sucesso nas conquistas amorosas, nem como mantê-las atraentes ao longo do tempo, muito menos como preservá-las dos possíveis, e às vezes inevitáveis, desgastes no decorrer da vida a dois. Não há como assegurar conforto num encontro de amor, nem garantias de invulnerabilidade diante das apostas perdidas, nunca houve. Quem vende propostas de baixo risco são comerciantes de mercadorias falsificadas”, discorre Gioconda Bordon, em ensaio sobre Bauman e sua obra.

3. Numa caracterização rasa, posso dizer apenas que amar nada tem a ver com tomar posse, prender, controlar ou sufocar. Quando amo desejo, primeiramente, que o ser amado seja genuinamente feliz. E felicidade tem a ver com liberdade de ação e expressão, com individualidade e plenitude de nossa própria essência.

Será que as pessoas estão mesmo preparadas para amar? Será que desejamos o outro mais do que o sentimento dele por nós? Por que queremos tanto nos relacionar, se nos dirigimos em várias direções em busca de um outro que sempre guarda a possibilidade de ser melhor? Mais adequado... Mais apropriado para a nossa própria felicidade... Daí cada vez maior o número de relacionamentos abertos. Ou seja: queremos o colo, o cobertor de orelha, mas nada tão profundo a ponto de ter comprometimento... Sem passar do limite que estabelece uma entrega maior.

Nenhuma dessas reflexões, no entanto, nos tira do alvo. Amamos sempre e muito. Tanto quanto podemos. Tanto quanto resistimos. E cada entrega é repleta de aprendizado e de prazer. Saímos e entramos nas relações sempre com uma ponta de esperança. Com a ideia boba de que o próximo será para sempre. Será?

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Árvore de pássaros























Livres, alegres e observadores, eles a tomam por inteira e passam por seus frutos.
Imagem tirada da janela de minha sala de trabalho...
Ótima semana!

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Receita de felicidade



O que quero da vida? Onde quero chegar? Essas são perguntas difíceis de responder. Ao menos para mim – praticamente um caso perdido. Não creio em soluções mágicas, nem em terapias milagrosas. E desconfio de programas de coaching, que prometem desenvolver líderes e ajudar as pessoas a se desenvolverem globalmente.
Também torço o nariz para técnicas baseadas na física quântica... E não gostei de ler “O Segredo”. Enfim, talvez seja pura e simplesmente ignorância minha. Mas tenho cá para mim que tudo o que uma pessoa realmente precisa para crescer e ser verdadeiramente feliz é amor, sexo e equilíbrio financeiro. A receita é simples, a meu ver: doses diárias de sexo com quem se ama de corpo e alma, alimentação equilibrada, música, vinho e muita leitura. A isso, devemos somar um emprego bacana, preferencialmente numa profissão apaixonante, e alguma grana para o maior número possível de viagens por meio das quais podemos ampliar nosso repertório, conhecendo mais da história da humanidade e da própria humanidade, ouvindo gente, etc.

Para saber aonde eu quero chegar não preciso “morrer” com metade de meu salário em terapias que beiram ao ridículo nem ouvir principiantes se fingindo de mestres. Tudo o que eu preciso é de alguém que se jogue comigo. De alguém que tope tomar um sorvete na praia, numa viagem bate-e-volta, mesmo que para isso seja necessário viajar mais de 400 quilômetros durante a madrugada. E daí? Na praia, os sorvetes têm um sabor mais acentuado!

Desconfio, enfim, de qualquer outra receita de felicidade. Falei!

domingo, 16 de agosto de 2009



Carpinejar promete devolver a inspiração em anúncio nos classificados do Zero Hora. Como? Numa oficina de terapia literária. Eu quero! Quero fazer. Quero muito fazer!
Mas, enquanto não vou ao Sul para ter de volta o que suponho um dia ter tido, busco um tema que me encontre. Algo que me tome pelas mãos e me guie, de novo, por linhas leves, linhas tortas, linhas envolventes, capazes de me segurar – e de segurar você!

Penso nas flores. E me lembro que um dia – não tão distante - uma cena inspiradora enquadrava um homem apanhando coloridas espécies de uma ensolarada árvore, em sábado chuvoso. Ele sorria espontaneamente e sua verdade me fazia pensar apenas em guardar aquela foto.

Era o mesmo homem a quem, um dia, eu quis presentear com orquídeas a cada ano de sua vida. Escolhi a orquídea por ser uma flor rara, sofisticada e bela. Claro que é exatamente assim que eu o via: humor sofisticado, lindo e de raras qualidades. Via. Assim mesmo no passado. Não que hoje não o admire. Não é isso. Mas o encanto, tal qual ainda sinto pelas orquídeas, passou. E lamentavelmente não posso mais presenteá-lo com flores. Não tenho esse impulso. E nem sei se a culpa é dele ou minha. Digo isso porque desconfio que ele nunca foi mesmo a orquídea que eu vi. E, claro, neste caso, a culpa só pode ser de meus olhos iludidos.

Mas não é de ilusão que quero falar. Quero apenas registrar e sensação boa de sentirmos isso. Essa vontade de cultuar uma beleza rara. Esse desejo ardente de fazer alguém feliz e de se fazer feliz ao lado de alguém. É isso, afinal, que nos leva a descobrir pessoas ou a redescobri-las até achar (pela primeira vez ou de novo) o brilho que dispara nosso olhar e o encanto que nos faz comprar flores, escrever bilhetes, saltar de paraquedas, enfim, cometer ações inusitadas em nome de um suposto amor. Isso eu também quero! Hoje - e sempre!

segunda-feira, 29 de junho de 2009

terça-feira, 9 de junho de 2009

Eis uma boa razão para voltar a este espaço...



Ver esses dois juntos é um pouco demais para mim... Bom, passei por aqui só para deixar a boa notícia do novo cd do Diogo (com uma música do Chico) e dividir essa imagem inspiradora! Abaixo, infos pontuais do trabalho "Tô fazendo a minha parte". Até a próxima!


Da Assessoria EMI Music

Com o título de um dos sambas inéditos estampado na capa, Diogo Nogueira pede passagem e diz a que veio com seu novo álbum. Indicado ao Grammy Latino de Revelação 2008 (concorrendo com latinos), o jovem sambista de linhagem nobre já tem data e local para o lançamento do CD Tô fazendo a minha parte: dias 4 e 5 de julho, no palco do Canecão.

Amante do futebol, ex-jogador profissional, Diogo bem sabe que o jogo só acaba quando o juiz apita: já nos momentos finais da partida, um golaço de placa trouxe ainda mais beleza ao "futebol-arte" dos que estavam em campo. Um samba inédito de Chico Buarque e Ivan Lins, "Sou eu", chegou até Diogo por iniciativa de seus autores. Chico conhece Diogo desde os tempos em que João Nogueira o levava, ainda criança, para assistir aos jogos em seu famoso campo de futebol. Ele e seu parceiro, Ivan Lins, acharam que o samba "tinha a cara do Diogo" e foi assim que "Sou eu", uma obra-prima no melhor estilo dos mestres, passou a integrar o time.

Para o seu primeiro álbum de estúdio, Diogo reuniu um repertório predominantemente inédito, do qual também participa como compositor em três músicas. Arlindo Cruz assina "Não dá" (Wilson das Neves/Arlindo Cruz), uma das duas não inéditas do projeto, e "Luz pra brilhar meu caminho" (Arlindo/Jorge David/José Franco Lattari). De Neguinho da Beija-Flor, Diogo regravou "Malandro é malandro e mané é mané", antigo sucesso de Bezerra da Silva, já em altíssima rotação na trilha da novela "Caminho das Índias". Almir Guineto comparece com o samba "Tô te querendo", parceria com Xande de Pilares e Magalha.

De 2007 para cá, ano em que lançou seu projeto de estréia (CD/DVD Ao Vivo), Diogo Nogueira passou de promessa a um dos mais bem sucedidos nomes da nova geração. A partir do final desse mês, quando o novo álbum deve chegar às lojas, Diogo reitera que "está fazendo a sua parte". O samba agradece.

Material da:
Assessoria EMI Music: belinha.almendra@emimusic.com / carolina.braga@emimusic.com
Assessoria tercerizada em SP marinatelecki.emimusic@yahoo.com

domingo, 24 de maio de 2009

hmmm, dois...

É estranho não ter o que dizer ou não querer dizer nada a pessoas que ainda admiramos e de quem ainda sentimos saudade. Mas acontece. Há dias em que desejamos apenas acenar um "oi", saber se o outro está bem... trocar a mínima energia que seja, mas sem exposição de ideias e sentimentos. Sem demonstrar qualquer outra coisa.
Isso já aconteceu com você?
Comigo é batata. De tempos em tempos sinto isso em relação a pessoas por quem tenho afeto. Sinto uma necessidade latente de me afastar. De parecer uma ostra. Depois de "apanhar" um pouco, percebi que é melhor manter distância de algumas pessoas por mais queridas que sejam. Ao mesmo tempo, é preciso mandar de vez em quando um sinal de fumaça. É como se dissesse: - olha, não quero contato, quero apenas saber se você está bem e registrar que, se preciso, pode contar comigo. Estranho, né? Mas é coisa de gente. Gente é assim. Complicada...
Ótima semana!

domingo, 17 de maio de 2009

Era a hora

"A hora era aquela e eles não entendiam. Eu não queria que aquela história fosse cheia de personagens, de vida, de recheio. Queria que fosse mais a minha cara: pálida, de olhar através. O leitor teria de ter paciência. Tudo desenrolaria, lenta e discretamente.
/.../
Demorei muito tempo para entender que não adiantava querer sua opinião. Ele jamais se expressaria de forma direta - nem indireta. Ele era o que chamamos de uma ‘ostra’. Fechado como uma ostra.
E, agora, pensaria na ostra e escreveria para ele. É como se isso me desse uma força invisível capaz de me tornar uma quase-escritora. Imaginar suas mãos apanhando este papel e voltando os olhos atentos para essas linhas tortas me alivia. É, mais uma vez, a comunhão. Nesse momento, comungo com você o deleite de estar viva e o desespero vazio de ter de seguir adiante no meu raciocínio torto e nas minhas risadas brancas. Um riso irritante de quem quer apenas passar despercebida e aceita. Sim. Ser aceito é praticamente tudo o que um ser humano deseja da vida que lhes deram. Neste caso, tentei recuperar o que me sobrara de humanidade naquela tarde de outono. Mas, tudo o que consegui foi confirmar minha condição de espectadora. Por um átimo de segundo fui, sim, o sujeito daquela ação que, agora, me causa horror. Mas, imediatamente retornei à minha condição de origem.
De nada adiantariam pedidos de perdão. Fiz o que minha mera existência exigia de mim. Você me entende?
A maior volúpia, então, é ter seus olhos maiores sobre meus pesares. Estamos, mais do que nunca, entregues à paixão. Paixão que nos consome e que me torna você. Só agora entendi que gritamos mudos numa só direção".

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Afinal, amigos?!

Nem vou comentar o fato de ter ficado semanas inteiras sem passar por aqui... Passou!
/.../
Hoje quero apenas registrar o quanto é gratificante perceber amizades fiéis, verdadeiras, inabaláveis. É gratificante e reconfortante. E com “inabalável” não quero me referir a amizades intocáveis, sem brigas, sem desencontros. Isso não existe. Mas existe, sim, um sentimento pulsante que faz alguém morar dentro de nós mesmo que não concordemos com tudo o que “esse alguém” diz, pensa ou faz... Um amor incondicional que mantém algumas pessoas aqui do lado de dentro, apesar da distância, do tempo e dos destemperos da vida... E, de vez em quando, encontrar esses “alguéns” para papear, para recordar cenas em comum ou simplesmente para olhar olho no olho é uma delícia!Ter gente assim para sentir saudade... é bom. É muito bom!

terça-feira, 31 de março de 2009

"Se eu te pudesse dizer, o que nunca te direi, tu terias que entender aquilo que nem eu sei."

1+1 = 0

Não adianta insistir. Não falo mais. O clarão que me persegue é meu. As sombras idem. Não vou dividir mais nada. Afinal, nem o que sinto por você é seu. Não lhe entreguei. Lembra? Agora não adianta esperniar. Enterrei tudo na caixinha verde. Apenas as folhas amarelecidas poderiam contar algo... Mas duvido que façam isso. Elas são fiéis. Não precisam falar pelos cotovelos para parecerem simpáticas ou se sentirem aceitas. São autênticas. Não riem à toa. Observam tudo sabendo exatamente “a dor e a delícia” de serem o que são. Agora, é com você!

sexta-feira, 27 de março de 2009

Refém

De novo silencio. Silencio a angústia de me sentir refém da violência. De novo aquela velha máxima: nos trancamos em casa para que os bandidos dominem o mundo! Façam a festa!
A sensação de impotência, a revolta por leis contraditórias, a raiva por ter a vida influenciada por ações vis... Tudo isso me faz silenciar.
/.../
Mas agora tá ficando mais difícil... Nesta semana, um colega de profissão jogou no ventilador uma história muito feia: ele teria sido coagido a não criticar a Câmara Municipal de Bauru em razão de um contrato que a nobre casa teria fechado com a emissora onde trabalhava (a tradicional am Auriverde). Por ter se negado ao "cala boca", Mirandão foi demitido! Em que século mesmo nós estamos? É de amargar!
O Blog da Casa {Midiática} reproduziu nota de repúdio publicada no site do Sindicato dos Jornalistas.

terça-feira, 24 de março de 2009

"Será que estou me traindo? Será que estou desviando o curso de um rio? Tenho que ter confiança nesse rio abundante. Ou será que ponho uma barreira no curso de um rio? Tento abrir as comportas, quero ver a água jorrar com ímpeto. /.../"
(Clarice Lispector)

terça-feira, 17 de março de 2009

Tenho procurado fazer nada. Mas, confesso, neste nada há tanto o que descobrir... As ideias, porém, seguem confusas... Por isso tenho apenas colecionado frases alheias enquanto tento organizar minha própria sentença... Deguste algumas delas:

"Ultimamente têm passado muitos anos" (Rubem Braga)
"Não é melhor nunca que tarde?" (Pablo Neruda)
"Como descrever uma luz acesa?" (Clarice Lispector)
"A cultura não salva nada nem ninguém. Ela não justifica" (Jean-Paul Sartre)

quinta-feira, 5 de março de 2009

Já é madrugada. Escrevo apenas para matar o tempo. As ideais estão evaporando com o calor... Antes sólidas, depois líquidas, agora simplesmente evaporam...

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

E lá se foram a sexta-feira 13 e também a quarta de cinzas...
Os dias voaram e finalmente eu pude rever o mar. Renovada, retorno de uma divertida viagem de Carnaval. Mas em razão dos detalhes, penso que isso seja papo para o blog ao lado: o Mundo Miojo! Espia lá! Bjs e ótima semana!

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009


Friozinho em Bauru nesta sexta-feira treze. Aliás, teremos duas sextas-feiras treze neste ano. Uma em fevereiro e outra em março! O mais importante mesmo é que este friozinho anuncia um fim de semana de aconchego. Ótimo fds!

A foto é do thetopblog.wordpress.com.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Cumprimento

É admirável a capacidade que as crianças têm de estender as mãos... De se jogar para o desconhecido. Hoje pela manhã tive mais um exemplo disso. Caminhava apressada na calçada, já na rua do meu trabalho... Em minha direção vinha uma senhora empurrando a cadeira de rodas de um menininho (seu filho, provavelmente). Estávamos distantes ainda e ele já estendia a mão direita para mim, num gesto delicado e desprendido. Confesso que fiquei surpresa e também feliz. Afinal, dar a mão para um garotinho de olhar expressivo e cheio de atitude logo na segundona pela manhã só pode me trazer sorte!
Ótima semana!

domingo, 8 de fevereiro de 2009

E no que devo me pautar para entender a incoerência das pessoas?

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

em silêncio

Entro para o fim de semana em silêncio! Apenas o silêncio! Aproveite seus dias e curta a imagem postada... É de Rinaldo Tamarozzi.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

quem responde?



"A quem posso perguntar o que fazer neste mundo?"

(Pablo Neruda - Livro das Perguntas)

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Tá na Tribuna Popular!

"A Secretaria de Educação de Jaboatão dos Guararapes (PE) está realizando seleção simplificada para a contratação temporária imediata de 510 professores.
Os profissionais serão contratados em duas categorias: professor polivalente, com salário de R$415,00, acrescido de 30% (trinta por cento) da gratificação de exercício de regência de sala ou professor aulista, que receberá R$3,50 por hora-aula com o mesmo percentual de bonificação."

As inscrições estão sendo aceitas hoje, 29, e amanhã. Hoje, mais de 3 mil pessoas engordaram a fila na frente da sede do Clube Intermunicipal, localizado na Rua Nilo Peçanha, nº 303, Prazeres, Jaboatão dos Guararapes-PE.
E, então, o ensino é levado a sério no Brasil ?!?

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Coragem

Virada a página “saudade”. Falo hoje de outra palavra difícil de encarar: coragem.
Ela é dura. Pesa. Dói. Antes de nos enchermos dela, costumamos reclamar um pouco. Ter dó de nós... Daí, respiramos fundo e eis que surge uma coragem estruturada, robusta, cheia de energia para enfrentar seja lá o que for. A coragem é assim, a gente decide que vai encarar e pronto. Encara.
Falar o que a gente pensa é questão de coragem, pensam alguns. Para mim esta atitude tem mais a ver com sentimento mesmo. Quando falo ou escrevo o que sinto não estou sendo exatamente corajosa. Mas passional. Falei porque senti. Depois pode até ser que eu me arrependa. Mas a atitude é maior do que qualquer arrependimento. Porque o sentimento é maior.

Mas tem outra coisa... Quando digo ou escrevo, materializo. E isso, em geral, tira a força do que eu estava sentindo. É como se ao dividir com alguém eu tivesse a capacidade de transferir aquilo. Então sinto menos. É contraditório? Talvez. Porque, de certa forma, quando escrevo aquela verdade ela vai se tornando mentira...
Bom, é isso! Não acreditem muito em mim!
Ótima semana.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Para fechar o tema "saudades" (nesta semana)

Tenho saudades de conversas descompromissadas com certos amigos que, às vezes, só às vezes, acabavam me comprometendo…

Saudades especiais de um com quem podia fazer brincadeiras ortográficas, piadas gramaticais… Inventava até pegadinhas léxicas só para deixá-lo com uma pulga atrás da orelha… E sempre funcionava! Saudades de seu humor refinado, de seu charme contido… Até mesmo de suas frases feitas. O mais engraçado – e o que ele não sabe até hoje – é que eu soube (antes) todas as vezes que ele quis me enganar e me diverti com sua infantilidade. Mesmo assim, nunca o odiei por mais de um dia. Seu talento profissional, em especial, inspira minha admiração por ele até hoje.

Outra saudade é de quem me embalava em horas e horas de conversa envolvente. Algumas mentiras, é verdade. Mas irresistíveis. Ele era musical e me apresentou para nomes dos quais jamais me separei. Lembro-me que depois de anos distantes conseguimos nos sintonizar até mesmo numa festa junina, rodeados de gente chata cheirando a quentão… Numa daquelas noites de São João, falamos de música a política em quase duas horas de conversa ininterrupta. Eu usava um longo vestido xadrez e tinha 19 anos. Há quem diga que ele é minha alma gêmea. Eu acredito. Mas jamais passamos de um beijo. E já faz 16 anos que fitei, pela primeira vez, seus pequenos e vivos olhos negros.

A saudade mais intensa, no entanto, é daquele que grudou na minha pele (feito tatuagem). Daquele com quem fiquei, no início, apenas na intenção de desafiar meu pai. Mas com quem trilhei metade da minha existência logo após me revelar apaixonada… Dele recebi as maiores provas de amor, amizade, confiança e cumplicidade. E é com ele que ainda penso em ter a Luiza e o Miguel (ou Lucas, ainda não definimos)...

Sim. É de amor que estou falando. Todas estas saudades são de pessoas amadas. Profundamente amadas por mim. E não me envergonho de falar disso. Amar não está fora de moda, não. O problema é que as pessoas estão cada vez mais envolvidas em futilidades e temem o amor. Só isso.

Eu amo. Por isso mesmo, vira e mexe, sofro. Mas sofro pela naturalidade com que tudo acaba e não por ter vivido tudo o que me propus. Enfim, hoje cortei uma laranja, respirei profundamente, e senti uma falta enorme desses três homens que ficaram em mim, independentemente do tempo e dos dias que seguem.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Aos 88 anos, Tinoco precisa de trabalho

Tá no Balaio do Kotscho! Vale a leitura. É o retrato de um Brasil contraditório. Rico em cultura popular, mas que comumente vê seus grandes artistas terminarem os dias na miséria!

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

foto: Fernanda Moraes
É difícil descrever o prazer de saborear um petit
gateau. Mas vou tentar, embora cada receita e local onde esta sobremesa é saboreada faça variar, é claro, a sensação do paladar.

Bem, vou começar pelo último mais saboroso que experimentei. Foi em 2008. Era um dia de março, fazia muito calor e eu me despedia da Ilha Bela no espetacular Bar e Restaurante Almirante (lado sul da ilha). Lá, pude apreciar um espaguete com frutos do mar e, para arrematar, comi lentamente um petit gateau! A combinação do bolo quente, de recheio cremoso, com aquele sorvete refrescante é algo indescritível. Com vista para o mar então... Aquela brisa, os belos garçons vestidos de marinheiros... E aquele petit gateau... A cada colhereda eu pensava: - aproveite, Elaine... Desperte seu paladar para este momento único!

Ainda em 2008, escapei num dia de semana com uma amiga e fui saborear a tão especial sobremesa num café da cidade, o Pepper. Em plena segundona, estendemos o horário do almoço e abusamos! Exageramos no almoço e completamos a estripulia com o desejado bolo com sorvete! Este tinha cereja e chantilly – uma variação da casa. Delícia!
Bom, é claro que também já felicitei meu paladar com um caprichado petit gateau em jantarzinhos românticos. Mas confesso que não encontrei um companheiro tão apaixonado pela sobremesa... Isso tornava o jantar menos cúmplice, afinal meu par não apreciava tanto o doce quanto eu...

Com as devidas variações, portanto, sempre considero “sagrado” o momento de me deliciar com tal guloseima. E é assim até hoje. Mesmo quando saboreio esta sobremesa em casa, jogada no meu sofá, sinto uma sensação maravilhosa. É como se tudo devesse parar para eu sentir o sabor! Essa da foto acima foi preparada ontem, por minha amiga Fernanda Moraes, em menos de 50 segundos! Ficou ótima!

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Saudade...




A saudade martela, bate fundo... Engole até mesmo as palavras!

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

“Shampoo Esperança”


Eu resisti. Mas não tem jeito. Hoje é o quarto dia que abro meu e-mail e cai uma mensagem inusitada: “Shampoo Esperança”. No corpo do e-mail uma pergunta seguida de forte promessa: Porque você ainda é Calvo? Se a solução para seus problemas acaba de chegar em suas mãos!

É claro que essa é só mais uma entre centenas de porcarias que caem na minha caixa postal diariamente. Mas não deu para deixar passar por mais um dia. Talvez seja a palavra “esperança”. Talvez seja o “shampoo” grafado a tio Sam... O fato é que tive, por um momento, um fio de esperança... Quem sabe este xampu poderia trazer soluções para além dos problemas capilares? Quem sabe possa penetrar mais fundo na cabeça até atingir nervos e neurônios? Trazendo mais criatividade e agilidade a medrosos candidatos à calvície...

E a mensagem termina bem ao gosto popular: “A hora é agora. Não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje!”.